Nas
figuras acima é possível ter uma ideia de como a habilidade de se mudar o foco
é importante e enriquecedora. Na primeira delas, podemos ver dois rostos, um de
frente para o outro ou ver um vaso. Depende de qual é a sua perspectiva. Já na
segunda figura podemos ver uma mulher jovem ou uma anciã e aqui também o foco
vai definir o que você está vendo. Agora, não são apenas em imagens que saber
mudar de foco se faz importante, mas principalmente em como vivemos nossas
vidas.
As
vezes, uma determinada pessoa fica tão identificada e agarrada a um determinado
pensamento que tem a certeza de que aquilo que vê é a única coisa que existe e desconsidera
qualquer outro ponto de vista. Veja o perigo que isso representa porque fazer
de um único pensamento ou ideia uma verdade absoluta corre-se o risco de se
criar um dogma que, por sua vez, abre espaço para uma visão preconceituosa e empobrecedora.
Não
existem verdades absolutas e insistir nisso é apenas a demonstração de que o ser
humano sofre com as angústias da incerteza. O que mais assusta as pessoas é
elas se depararem com a consciência de que, no fundo, não têm certeza de coisa
alguma. Tolerar o estado de não saber é
que permite que continuemos aprendendo e não fiquemos estancados num falso
saber. O falso saber, aliás, está relacionado com a arrogância, que é quando
alguém se apega apenas aquilo que vê e se recusa a abrir espaço para novos
pontos de vista.
Assim
como nas figuras acima a vida é rica demais para se ter apenas algumas poucas
verdades e perspectivas. No entanto, mudar a própria perspectiva não é
um processo fácil e exige muito trabalho. Mudar de perspectiva demanda
humildade, pois só esta permite à mente aprender com aquilo que é desconhecido.
Quantos problemas e mal entendidos no mundo não poderiam ser evitados se
houvesse a possibilidade das pessoas mudarem seus focos? E também quantos
problemas e adversidades que vivemos poderiam ser muito melhores aproveitados
se pudéssemos mudar de perspectiva. Assim aquilo que parecia ser uma catástrofe
e tragédia poderia ser visto como algo novo e talvez, até, como material para o
nosso desenvolvimento.