segunda-feira, 28 de julho de 2014

Como a Mente deveria Funcionar


            Muitos reclamam que têm problemas demais na vida e que é impossível se livrar de todos eles. Realmente, não é possível porque na verdade não é realista querer se livrar dos problemas. Os problemas só podem ser transformados, ou seja, deixar de estar na categoria de um problema e se tornar matéria prima para o desenvolvimento. Um conto oriental pode nos ajudar a pensar sobre isso:
            Um discípulo chegou um dia para o seu mestre e reclamou dos seus problemas e de como não conseguia solucioná-los. O mestre então pediu ao discípulo que trouxesse um saco de sal e um copo. Quando o jovem trouxe o que havia sido pedido o mestre o levou até a beira de um lago e encheu o copo de água. Entregou o copo cheio para o rapaz e colocou um punhado de sal na água, mexeu e pediu ao seu discípulo para beber. Quando ele assim fez uma careta surgiu no seu rosto.
            - Por que essa careta? – perguntou o mestre.
            - É impossível beber essa água, mestre. O gosto é péssimo e ela tem excesso de sal.
            O mestre sorriu e despejou o resto do saco de sal no lago, bem como o copo de água nas mãos do rapaz. Tornou então a encher o copo com água do lago e deu novamente ao jovem para que ele bebesse.
            - E agora – perguntou o mestre – consegue beber?
            - Sim mestre, nem parece que o senhor jogou sal.
            - Aprenda essa lição. Com um lago grande você não sentirá o gosto do sal. Exatamente assim ocorrerá com seus problemas.
            Em vez de reclamarmos dos nossos problemas deveríamos expandir nossa mente, pois com uma mente maior os problemas se tornam menores e podem então ser usados para o nosso crescimento. Isso se consegue a medida que trilhamos o caminho do autoconhecimento. Quanto mais compreendemos sobre nós mesmos, maior se torna nossa mente e mais recursos teremos para lidar com os problemas
            Mudando o ponto de vista sobre como lidamos com nossas vidas podemos transformar tudo aquilo que nos perturba e irrita. Os problemas sempre existirão e desejar que eles se vão só porque assim desejamos é ser infantil. O que falta é mente para lidar de forma madura e eficaz com os problemas, mas isso é coisa que se consegue quando nos propomos a aceitar a realidade e a aprender com a vida.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pergunta de Leitora - O caminho para a decisão


No final desse ano eu vou fazer vestibular, mas não sei qual curso escolher. Tem tanta coisa que me agrada e que eu gostaria de fazer. Já fiz 3 testes vocacionais e cada um deles deu uma resposta diferente de cursos que nada tem a ver um com o outro. Em vez de ajudar só me trouxe mais complicações. Parece que cada dia eu quero ser uma coisa diferente. O que devo fazer então? Por que será tão difícil escolher?


            Para a sua última pergunta é fácil dar uma resposta. Escolher é difícil porque exige sempre uma renúncia, ou seja, quando você escolhe algo abre mão de muitas outras possibilidades. Para algumas pessoas escolher chega a trazer uma boa dose de ansiedade bastante difícil de tolerar.
            É que quando escolhemos nos percebemos limitados. Não se pode ser e fazer tudo. A vida exige que façamos escolhas e que possamos aceitar as limitações que vêm das escolhas. Quem não aceita as limitações e o fato de que uma hora ou outra é preciso tomar decisões, acaba por não fazer nada. A pessoa foge de assumir responsabilidades.
            Já a sua primeira questão, a do que você deve fazer, é bem mais complexa. É que não existe uma resposta para ela, porque esta cabe à você descobrir. Decidir por uma carreira e encarar um vestibular é coisa séria e demanda pensar bem. Agora, o que parece estar em jogo aqui é que é difícil tomar uma decisão quando cada dia você sonha em ser alguma coisa diferente, quando você desconhece o que realmente quer.
            A resposta sobre qual profissão você deve seguir só poderá ser encontrada à medida que você puder se conhecer mais. O autoconhecimento pode te trazer informações mais reais sobre você mesma que te permita, então, chegar a uma decisão certa para você. Quem se autoconhece tem menos chance de fazer uma escolha errada. Quem sabe se você não se voltar mais a si mesma não lhe seja útil nesse momento? Uma psicoterapia poderia ser de ajuda, pois nela você poderia se questionar com a ajuda de alguém que saiba te escutar e construir um saber de si mais próximo da realidade do seu desejo. Assim, você terá uma base mais sólida para escolher. O único porém é que esse processo pode demandar um tempo considerável, mas há determinados tempos que precisamos nos dar.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Libertação Sexual Ainda Está Para Acontecer


            A década de 60 foi muito especial. Nela, muitas ideias puderam ser repensadas e uma revolução dos ideais e do pensamento começou a se fazer presente. Isso foi muito produtivo e bem-vindo já que foi a época que os Direitos Humanos foram pela primeira vez na História levados mais seriamente e a mulher conquistou mais espaço. Foi também a época da criação da pílula anticoncepcional que trouxe para a década de 70 a libertação sexual.
            A libertação sexual, entretanto, possui dois lados. Um desses lados é bastante positivo e verdadeiramente libertador. É o lado que permitiu desligar a sexualidade da reprodução, ou seja, trouxe a possibilidade da sexualidade ser vivida como direito ao prazer e não mais ficar sob a ótica de que o seu único fim era para reprodução. Assim, com a sexualidade liberta de um rótulo limitador ela ganhou legitimação para existir sem preconceitos. Sexo passou a ser direito, inclusive para os homossexuais. Já que caiu o conceito da finalidade reprodutiva não havia mais nenhum argumento inteligente que proibisse a união homossexual. O ganho dessa conquista da sexualidade se tornar livre foi imensa e seu valor é incalculável.
            Porém, como tudo na vida tem dois lados essa conquista também trouxe um problema. O problema da libertação sexual foi que ela meio que trouxe a obrigação do sexo. Antes o sexo era visto como assunto tabu e que só podia existir dentro do casamento e a liberdade sexual era considerada pura libertinagem. Hoje, contudo, o sexo passou a ser obrigação e quem não o vive é considerado um pária. A libertação deveria ser um se livrar de um imperativo e não trocar um imperativo pelo outro. O imperativo do Não gozarás acabou sendo trocado por Tens a obrigação do gozo. O sexo só pode ser bom se não for obrigação. O prazer não tem como existir se estiver amarrado.
            Fazer da sexualidade uma obrigação é fator de grande angústia. O que deveria ser um direito de escolha passa a ser encarado como uma obrigação. Em muitos círculos quem não transa é visto como um estranho e uma pessoa “com problemas”.  Com isso a verdadeira libertação sexual ainda está para acontecer. Só há liberdade quando há possibilidade de escolha e aceitação. Enquanto houver imposição para ser de um jeito ou de outro e pouca aceitação para as diferenças, a liberdade não terá espaço. Há ainda um longo caminho para que possamos nos sentir livres para vivermos a nossa vida com mais tranqüilidade.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pergunta de Leitora - Sem vez e sem voz


Tenho 35 anos e nunca casei e só tive namorados esporadicamente. Tenho uma amiga, da mesma idade, que tem uma vida bem agitada e excitante. Ela tem vários namorados, viaja muito e se diverte a beça. Frequentemente ela me conta todas as suas experiências só que na nossa conversa eu nunca tenho chance de falar nada. Não só porque eu não tenho nada a dizer mas também porque ela monopoliza todo o tempo. Só ela fala e percebi que ela nunca tem tempo de me escutar e me entristeço com isso. Como devo falar com ela sobre isso? Será que devo falar mesmo? Ah, ia me esquecendo, ela também ficou com um cara que eu queria ter ficado e ela sabia que eu estava interessada nele. Será que ela é traíra?

            Penso que você já saiba a resposta para essa sua ultima questão se ela te traiu. O que me parece que acontece é que você não consegue aceitar e ter que lidar com o que você já sabe. Se faz de ingênua e pratica o jogo do contente tal qual a Pollyanna do livro homônimo.
            Você olha para a sua amiga de uma posição inferior. Deixa que ela te passe para trás e que monopolize toda a conversa. Aliás, não deveria se chamar conversa só quando um fala. O nome disso é monólogo e ela discursa enquanto você ouve como se fosse a audiência. Com ela você não tem vez e nem voz. Resta agora procurar responder por que você age assim.
            A sua relação com essa “amiga” lhe é prejudicial. Por que será, então, que você continua a sustentar um relacionamento desse tipo? Certamente não se trata de amizade, pois na amizade um reconhece o outro e a vez do outro. Na amizade há encontros e não monopólios. A resposta você poderá encontrar investigando seu inconsciente.
            Quando você entender ao o que, inconscientemente, você obedece quando mantém uma pseudo amizade ao invés de estabelecer contatos verdadeiros com pessoas que são capazes de te escutar, poderá se livrar dessa falsa amiga e se preservar de uma maneira mais eficaz. Poderá, também, construir uma auto-estima fortalecida e estruturada que vai lhe ajudar a viver de fato em vez de ser uma espectadora da vida dos outros. Em outras palavras, quando você aprender a ouvir a sua voz as coisas poderão mudar. Que tal você não se trair mais?

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A Juventude e Oscar Wilde


            Oscar Wilde foi reconhecidamente um dos maiores escritores britânicos. Contos, fábulas, poemas e um romance fazem sua obra ser uma das melhores do mundo. De espírito aguçado e, ás vezes, dotado de humor negro Oscar Wilde descreveu maravilhosamente bem sobre a hipocrisia da sociedade e sobre pessoas superficiais. Algo recorrente na maior parte de seu trabalho é a grande valorização da juventude e certo desdém para com o envelhecimento. Um leitor desatento poderia até pensar que Oscar Wilde era ele mesmo superficial, mas não era assim.
            Apesar do próprio escritor se apresentar em sociedade como um dândi e como alguém que só queria saber do prazer acima de qualquer coisa, ele era também um observador mordaz da superficialidade e da fraqueza do caráter. Tal como no tempo de Wilde hoje encontramos uma hipervalorização da juventude e da beleza em detrimento de relações verdadeiras. Em outras palavras, o que importa é o ter e não o ser.
            Obviamente a juventude e a beleza são coisas de grande encanto, mas não tudo. Tanto a juventude quanto a beleza têm data de validade, ou seja, um dia acabam e o que antes era tão encantador perde-se nas brumas do tempo. O que resta então? Resta a pessoa que cada um se torna, resta a mente que cada um desenvolveu. Essas são características que o tempo não apaga, mas que se bem cultivadas só melhoram conforme o tempo passa. Aquilo que desenvolvemos internamente não nos é roubado jamais e só acrescenta em nossa vida.
            Refletir sobre o que de fato mais prezamos em nossas vidas é fundamental para viver bem e não cair presa de falsos valores. Enfim, se faz de imensa importância que possamos olhar dentro de nós mesmos e dentro dos outros e não apenas o aspecto externo. O olhar externo muitas vezes engana e é cheio de ilusões enquanto o olhar interno faz acordar para coisas que nos significam de fato. Enxergando internamente aprendemos algo: a verdadeira juventude não é a da idade cronológica, mas a idade que cada um coloca em si mesmo. A boa juventude tem relação com nossa capacidade para nos encantarmos com o mundo, aprendermos com ele e estar sempre esperançosos. Essa juventude não permite que a amargura escureça a visão de mundo. Muito pelo contrário, ela favorece um estado de mente no qual a vida é sempre encantadora.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pergunta de Leitora - O Tempo Inevitável


Tenho muito medo de envelhecer. Isto soa bobagem já que tenho apenas 35 anos, mas tenho verdadeiros pesadelos quando penso que o tempo passa. Meu corpo hoje já não é mais o mesmo de quando tinha 20. São coisas que me assustam. Para mim envelhecer está associado à doença, à impotência e à tudo que é ruim. É um medo de me envelhecer tão grande que me assalta todos os dias. Não consigo mais viver.

            O medo de envelhecer atrapalha a sua vida, pois você gasta energia pensando em algo que não está sob seu controle. Você fala e age como se ao se preocupar demasiadamente com a questão do envelhecimento ele pudesse ser evitado ou no mínimo controlado. O fato é que o tempo passa mesmo e para todos, não só para você. Em vez de se preocupar com o envelhecimento, que é inevitável, pode se perguntar o porquê não está vivendo a vida.
            Muitos temem as mudanças físicas que vêm com a passagem do tempo. Isso acontece porque estas geralmente trazem frustrações. O corpo encontra limites que antes não eram tão estabelecidos. Com o envelhecimento o corpo decai. Em alguns casos até mesmo o desempenho mental também cai e impõe sofrimentos. O envelhecimento é o prenúncio da perda que culminará finalmente na morte. Envelhecer é entender que o tempo de validade está passando.
            Apesar de tudo isso soar tão cruel e triste é um processo natural. No entanto, o envelhecimento quando bem usado pode nos proporcionar ganhos muito interessantes e enriquecedores. A nossa compreensão sobre nós mesmos e sobre a vida pode ser bem mais ampla, mais generosa do que quando somos jovens. O real valor de determinadas coisas podem ser mais bem apreciados e podemos deixar de perder tempo com bobagens e tirar mais vantagem daquilo que é possível. Com a idade pode também surgir uma nova consciência, mas apenas para aqueles que conseguem aceitar a passagem do tempo aprendendo com ela.
            Quando você compreender que a vida é um tempo que nos foi emprestado, saberá então que não há tempo a perder. Em vez de desperdiçar o tempo vivendo o medo poderá usá-lo vivendo experiências. É preciso aprender a saber lidar com a mudança para que esta não fique a te assombrar. Numa análise poderá ter a chance de aprender a criar novos modos de se relacionar com a transformação das coisas e daí o envelhecimento não será um fantasma. Viver assombrada é o meio mais rápido de envelhecer de forma negativa, pois perde tempo com o medo em vez de gastar o tempo com a vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Psicanálise Interpreta


            É muito comum ouvir frases nascidas do senso comum que dizem que a psicanálise explica qualquer coisa. Ou então a famosa frase Freud explica! Bobagens. A preocupação da psicanálise não é a de explicar, mas a de interpretar. Sem a interpretação não há psicanálise.
            O trabalho da psicanálise é de, através das associações, encontrar o significado inconsciente das experiências de vida do analisando. A interpretação é então dar um significado aos pensamentos, atitudes e até aos adoecimentos psíquicos. Isso é bem diferente de explicar. Na interpretação um sentido, antes desconhecido, pode emergir e trazer a possibilidade de, ao ser compreendido, a pessoa se apropriar mais da sua vida e viver de uma maneira que lhe seja mais proveitosa. Buscar sentidos não é a mesma coisa que explicar, pois implica numa posição de estar a procura de algo e construir um saber próprio de si.
            Muitas vezes o ato de interpretar significa juntar pontos que em princípio pareciam nada terem a ver um com o outro, o que possibilita criar um autoconhecimento bem mais desenvolvido. Juntando os pontos ganha-se uma nova imagem que de alguma maneira proporciona outra percepção das experiências de vida. Interpretar tem muito mais a ver com promover sentido e singularidades, ou seja, descobrir as particularidades de cada um e não de explicar o que acontece às pessoas. Decifrar se faz necessário à vida, explicar não.
            Revelada a verdade interna de cada um cabe ao sujeito se empenhar na elaboração do que apreende sobre si próprio e decidir como quer que sua história seja daqui para frente. Com a interpretação o indivíduo pode virar o autor de sua vida, já que se apropria de sua singularidade que leva à uma ruptura da rotina que se tinha antes e passa-se a pensar sobre a vida que de fato pode ser conquistada. A explicação está mais a serviço de um desejo de não ter que se responsabilizar por si mesmo, enquanto a interpretação psicanalítica visa ao autodesenvolvimento.


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Pergunta de Leitor - O tempo é uma perspectiva


Sou um cara inteligente e conto até com bons recursos financeiros. Tenho sofrido vários problemas de saúde que meu médico diz que é de fundo psicológico e ele queria que eu fizesse uma psicoterapia. O problema é que no passado já fui a uma psicóloga e não gostei. Ela dizia tanta bobagem que em três sessões não agüentei mais ficar. Minha gastrite está me matando, minha alergia me atacando e não consigo dormir bem. Mas não sei como uma “conversa” poderia me ajudar. Me dá a sensação de ser perda de tempo e tenho coisas mais importantes para fazer. Meu trabalho está a mil e não posso ficar parando coisa séria apenas pra ir falar com alguém. Não tenho tempo mesmo, senão tentaria só pra relaxar, mas não há tempo. Será que tem alguma terapia por computador, que seja rápida e útil?

            Você até pode ser inteligente, porém não é sábio. Nem sempre inteligência e sabedoria andam juntas e quando existe um desequilíbrio muito grande entre essas duas a vida corre um risco. Esse me parece ser o seu caso. Você corre um risco, mas prefere fechar os olhos para aquilo que te desagrada. Se repensar essa posição poderá ganhar tempo.
            Sua gastrite está te matando, sua alergia está te atacando, o sono lhe foge e seu médico já descartou algum problema orgânico e afirma na importância de se voltar para a sua mente. Que sinais mais você está esperando? Vai postergar a sua saúde até quando? Ou espera que seus problemas se resolvam sozinhos sem que você nada tenha que fazer? É uma atitude irresponsável e o preço dela pode sair muito alto.
            Quando você afirma e reafirma que não possui tempo você quer convencer a si mesmo a fechar os olhos para coisas que precisam ser vistas. Talvez agora você até consiga conviver relativamente bem com sua gastrite, alergia e outros sintomas. Mas até quando e a que preço vai manter um estado de mente tão precário? Há um sentimento de onipotência da sua parte que acha que consegue dar conta de tudo e que procurar uma conversa é revelar uma fraqueza. Provavelmente há um medo, muito grande, de estabelecer um contato mais real consigo mesmo e em bases mais realistas.
            Não sei dizer se a psicóloga que você conheceu pôde te escutar, mas ao encontrar alguém que saiba te escutar terá muito a ganhar. Poderá abandonar as fantasias de onipotência e mudar o relacionamento que tem consigo, ou seja, poderá se abrir a novos conhecimentos de si mesmo e ver como eles te influenciam. Será mais responsável com sua vida mental e até física. Para isso se faz necessário que vá à sua psicoterapia de peito aberto e sem pré-julgamentos. A vida é importante demais para ser desperdiçada porque não se tem tempo e tempo é uma questão de perspectiva. Reflita sobe isso e boa sorte.