Oscar Wilde foi reconhecidamente um
dos maiores escritores britânicos. Contos, fábulas, poemas e um romance fazem
sua obra ser uma das melhores do mundo. De espírito aguçado e, ás vezes, dotado
de humor negro Oscar Wilde descreveu maravilhosamente bem sobre a hipocrisia da
sociedade e sobre pessoas superficiais. Algo recorrente na maior parte de seu
trabalho é a grande valorização da juventude e certo desdém para com o
envelhecimento. Um leitor desatento poderia até pensar que Oscar Wilde era ele
mesmo superficial, mas não era assim.
Apesar do próprio escritor se
apresentar em sociedade como um dândi
e como alguém que só queria saber do prazer acima de qualquer coisa, ele era
também um observador mordaz da superficialidade e da fraqueza do caráter. Tal
como no tempo de Wilde hoje encontramos uma hipervalorização da juventude e da
beleza em detrimento de relações verdadeiras. Em outras palavras, o que importa
é o ter e não o ser.
Obviamente a juventude e a beleza
são coisas de grande encanto, mas não tudo. Tanto a juventude quanto a beleza
têm data de validade, ou seja, um dia acabam e o que antes era tão encantador
perde-se nas brumas do tempo. O que resta então? Resta a pessoa que cada um se
torna, resta a mente que cada um desenvolveu. Essas são características que o
tempo não apaga, mas que se bem cultivadas só melhoram conforme o tempo passa.
Aquilo que desenvolvemos internamente não nos é roubado jamais e só acrescenta
em nossa vida.
Refletir sobre o que de fato mais
prezamos em nossas vidas é fundamental para viver bem e não cair presa de
falsos valores. Enfim, se faz de imensa importância que possamos olhar dentro
de nós mesmos e dentro dos outros e não apenas o aspecto externo. O olhar externo muitas vezes engana e é
cheio de ilusões enquanto o olhar interno
faz acordar para coisas que nos significam de fato. Enxergando internamente
aprendemos algo: a verdadeira juventude não é a da idade cronológica, mas a
idade que cada um coloca em si mesmo. A boa juventude tem relação com nossa
capacidade para nos encantarmos com o mundo, aprendermos com ele e estar sempre
esperançosos. Essa juventude não permite que a amargura escureça a visão de
mundo. Muito pelo contrário, ela favorece um estado de mente no qual a vida é
sempre encantadora.
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