segunda-feira, 14 de julho de 2014

A Juventude e Oscar Wilde


            Oscar Wilde foi reconhecidamente um dos maiores escritores britânicos. Contos, fábulas, poemas e um romance fazem sua obra ser uma das melhores do mundo. De espírito aguçado e, ás vezes, dotado de humor negro Oscar Wilde descreveu maravilhosamente bem sobre a hipocrisia da sociedade e sobre pessoas superficiais. Algo recorrente na maior parte de seu trabalho é a grande valorização da juventude e certo desdém para com o envelhecimento. Um leitor desatento poderia até pensar que Oscar Wilde era ele mesmo superficial, mas não era assim.
            Apesar do próprio escritor se apresentar em sociedade como um dândi e como alguém que só queria saber do prazer acima de qualquer coisa, ele era também um observador mordaz da superficialidade e da fraqueza do caráter. Tal como no tempo de Wilde hoje encontramos uma hipervalorização da juventude e da beleza em detrimento de relações verdadeiras. Em outras palavras, o que importa é o ter e não o ser.
            Obviamente a juventude e a beleza são coisas de grande encanto, mas não tudo. Tanto a juventude quanto a beleza têm data de validade, ou seja, um dia acabam e o que antes era tão encantador perde-se nas brumas do tempo. O que resta então? Resta a pessoa que cada um se torna, resta a mente que cada um desenvolveu. Essas são características que o tempo não apaga, mas que se bem cultivadas só melhoram conforme o tempo passa. Aquilo que desenvolvemos internamente não nos é roubado jamais e só acrescenta em nossa vida.
            Refletir sobre o que de fato mais prezamos em nossas vidas é fundamental para viver bem e não cair presa de falsos valores. Enfim, se faz de imensa importância que possamos olhar dentro de nós mesmos e dentro dos outros e não apenas o aspecto externo. O olhar externo muitas vezes engana e é cheio de ilusões enquanto o olhar interno faz acordar para coisas que nos significam de fato. Enxergando internamente aprendemos algo: a verdadeira juventude não é a da idade cronológica, mas a idade que cada um coloca em si mesmo. A boa juventude tem relação com nossa capacidade para nos encantarmos com o mundo, aprendermos com ele e estar sempre esperançosos. Essa juventude não permite que a amargura escureça a visão de mundo. Muito pelo contrário, ela favorece um estado de mente no qual a vida é sempre encantadora.

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