John
Schwartz, jornalista do New York Times,
um dia recebeu de sua esposa um telefonema dizendo que seu filho adolescente
havia tentado suicídio tomando vários comprimidos e se cortando na banheira. É
uma notícia de assustar qualquer pai e a razão do filho do jornalista tentar
cometer tal ato tinha a ver com o fato de ele ser homossexual e ser motivo de
chacota dos colegas na escola. Com muita dificuldade e com muita perícia dos
médicos o adolescente foi salvo e dessa experiência o pai escreveu um livro
sobre as dores de se assumir a condição homossexual, quando esta encontra tanta
hostilidade, e da compreensão e ajuda dos pais nessa hora importante.
Ser
adolescente é complicado. Não é fácil descobrir que não se é mais criança, mas
que também não se é adulto. É uma época de transição e como tudo o que está em
mudança traz angústias o adolescente fica, com muita freqüência, perdido nas
coisas que sente. Agora, descobrir a homossexualidade nessa fase já tão difícil
é algo que pode vir a ser enlouquecedor.
Não
são apenas os comentários e repulsa dos outros que é pesado de suportar, mas o
que o próprio adolescente sente e pensa de si mesmo. O medo de ser rejeitado, a
decepção por sua condição e o auto preconceito são as piores coisas que um
adolescente poderia vivenciar. O jornalista, pai do adolescente, percebeu que
seu filho sofria muito com o auto preconceito e ao invés de tentar qualquer
coisa que fosse trazer mais pressão para a vida do filho resolveu ajudá-lo a
aceitar a sua sexualidade. O pai acreditou que o filho só poderia estar bem se
aceitasse realmente ser quem de fato é. O amor foi maior que o preconceito e
com isso ajudou o filho acreditar na vida.
Numa
pesquisa americana foi visto que a maioria dos motivos dos suicídios ou da
tentativa de suicídios entre os adolescentes (38%) era o fato de se descobrirem
homossexuais. Ao contrário desse pai jornalista que ajudou seu filho aceitar a sua
sexualidade e o ensinou a se preservar dos comentários e chacotas, muitos pais
rejeitam seus filhos, tornando uma situação complicada ainda pior. Quando os
pais aceitam melhor seus filhos, ajudam-nos a aceitarem a si mesmos com mais
generosidade. Uma das melhores heranças que os pais podem deixar para os seus
filhos é a crença no amor e de que este é possível existir até mesmo nas
diferenças.