segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Auto Preconceito


John Schwartz, jornalista do New York Times, um dia recebeu de sua esposa um telefonema dizendo que seu filho adolescente havia tentado suicídio tomando vários comprimidos e se cortando na banheira. É uma notícia de assustar qualquer pai e a razão do filho do jornalista tentar cometer tal ato tinha a ver com o fato de ele ser homossexual e ser motivo de chacota dos colegas na escola. Com muita dificuldade e com muita perícia dos médicos o adolescente foi salvo e dessa experiência o pai escreveu um livro sobre as dores de se assumir a condição homossexual, quando esta encontra tanta hostilidade, e da compreensão e ajuda dos pais nessa hora importante.
Ser adolescente é complicado. Não é fácil descobrir que não se é mais criança, mas que também não se é adulto. É uma época de transição e como tudo o que está em mudança traz angústias o adolescente fica, com muita freqüência, perdido nas coisas que sente. Agora, descobrir a homossexualidade nessa fase já tão difícil é algo que pode vir a ser enlouquecedor.
Não são apenas os comentários e repulsa dos outros que é pesado de suportar, mas o que o próprio adolescente sente e pensa de si mesmo. O medo de ser rejeitado, a decepção por sua condição e o auto preconceito são as piores coisas que um adolescente poderia vivenciar. O jornalista, pai do adolescente, percebeu que seu filho sofria muito com o auto preconceito e ao invés de tentar qualquer coisa que fosse trazer mais pressão para a vida do filho resolveu ajudá-lo a aceitar a sua sexualidade. O pai acreditou que o filho só poderia estar bem se aceitasse realmente ser quem de fato é. O amor foi maior que o preconceito e com isso ajudou o filho acreditar na vida. 
 Numa pesquisa americana foi visto que a maioria dos motivos dos suicídios ou da tentativa de suicídios entre os adolescentes (38%) era o fato de se descobrirem homossexuais. Ao contrário desse pai jornalista que ajudou seu filho aceitar a sua sexualidade e o ensinou a se preservar dos comentários e chacotas, muitos pais rejeitam seus filhos, tornando uma situação complicada ainda pior. Quando os pais aceitam melhor seus filhos, ajudam-nos a aceitarem a si mesmos com mais generosidade. Uma das melhores heranças que os pais podem deixar para os seus filhos é a crença no amor e de que este é possível existir até mesmo nas diferenças.

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