A pergunta é
sobre um amigo virtual que quero ajudar. Um homem vítima de violência sexual
aos 26 anos de idade, sendo ainda virgem, pode ter dúvida da sua orientação
sexual? 5 anos depois casou ainda virgem por questões culturais e religiosas.
Ele é muçulmano.
Após alguns meses de casado despertou para a vontade de ser penetrado. Seria essa vontade indicativo de homossexualidade ou apenas fruto do desejo de explorar a região anal como zona erógena, descoberta por ele, embora de forma violenta e traumática?
Considerando que ele tem desejo por mulheres, seria ele bissexual?
De que forma ajudar, pois a pessoa está muito infeliz e totalmente confuso? O que dizer? Qual o melhor direcionamento, sem incentivar uma homossexualidade da qual não se tem certeza, nem demonstrar uma postura castradora caso seja essa a sua opção?
Após alguns meses de casado despertou para a vontade de ser penetrado. Seria essa vontade indicativo de homossexualidade ou apenas fruto do desejo de explorar a região anal como zona erógena, descoberta por ele, embora de forma violenta e traumática?
Considerando que ele tem desejo por mulheres, seria ele bissexual?
De que forma ajudar, pois a pessoa está muito infeliz e totalmente confuso? O que dizer? Qual o melhor direcionamento, sem incentivar uma homossexualidade da qual não se tem certeza, nem demonstrar uma postura castradora caso seja essa a sua opção?
O
estupro é um ato de violência dos mais extremos e como tal gera profundas
marcas, tanto físicas quanto psíquicas. A cicatriz aberta pelo estupro nunca se
fecha totalmente fazendo com quem o sofreu reviva o sentimento de humilhação e
desamparo daquele momento terrível. Não importa quem tenha sido vítima, seja
mulher, criança ou até mesmo homem adulto, as conseqüências são devastadoras.
Ajudar uma pessoa assim demanda muita delicadeza e compreensão.
Seu
amigo ter vontade de ser penetrado pode ser devido à identificação com a
situação de humilhação e constrangimento. Funciona assim: por ele ter sido
exposto a uma experiência de grande dor e se sentir humilhado por ela acredita
que algo dentro de si foi machucado com tanta intensidade que acabou se
perdendo. É como se ele não pudesse mais se sentir homem depois de sofrer esse
abuso e só restasse continuar preso a uma situação que vem a confirmar seu
estado de passividade e de submissão. Como disse, pode ser, no entanto não há como afirmar que seja assim.
Nesse
momento parece impossível saber da orientação sexual do seu amigo. A mente fica
confusa e qualquer tentativa de definição é desastrosa, bem como imprudente.
Caso ele se descubra homossexual vai precisar separar a homossexualidade do
sentimento de humilhação e violência. Caso sua orientação seja heterossexual
vai precisar se construir sexualmente de forma que a lembrança do abuso não o
impeça de se sentir um homem potente. Enfim, haverá muito trabalho interno para
esse seu amigo.
Você
pode estar presente para escutar o seu amigo e essa ajuda é de muita
importância, mas ele precisa mais do que isso, ele necessita também da ajuda de algum
profissional que possa escutá-lo, sem fazer julgamentos ou atribuir
conclusões precipitadas, para ajudá-lo a digerir sobre os acontecimentos de sua
vida. Um analista, nessas horas, se faz útil para ajudar a pensar verdadeiramente. Com ajuda profissional ele poderá sair mais
rapidamente e com mais eficiência das brumas da confusão e sentimentos de dor
para uma vida mais plena e possível. Esteja disponível para ouvi-lo e
incentive-o a procurar se tratar.
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