sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Pergunta de Leitor - O Caminho do Autoconhecimento



Nunca tive um relacionamento sério com ninguém. Só sexo mesmo. Sou homossexual e apesar de falarem que entre os homossexuais é mesmo difícil haver fidelidade eu de vez em quando sonho em encontrar alguém e ficar fixo. Tenho 29 anos e só me relaciono com os homens uma única vez. Depois eu os descarto e nem quero saber mais deles. Não consigo me interessar por eles e sinto até nojo. O problema é que eu só saio com homens heterossexuais, casados ou com namoradas. Sinto muito tesão em saber que eles me desejam e que deixaram a mulher de lado. Dou para eles e depois eu os mando embora e nem olho na cara deles depois que eles gozam. Me sinto forte quando faço isso. Só que ultimamente estou ficando cansado de ser sempre essa mesma estória. Estou até irritado com isso. Mas os homens que estão disponíveis para um relacionamento sério não me atraem. Gosto de homens que tenham mulheres. Não me entendo, só sei que estou me sentindo mal. O que me diz?


            É muito bom que você reconheça seu mal estar e procure entender o que te acontece. Esse é o primeiro passo para alcançar uma mudança. Você deseja mudar, mas também há um lado seu que resiste a mudanças e te mantêm preso numa repetição. Está sentindo que está na hora de quebrar esse ciclo.
            Ao transar com esses homens que têm mulheres você parece estar buscando vingança e triunfo. É isso o que até então estava movendo o seu desejo. Há um prazer sádico em ser capaz de seduzir um homem que aparentemente é heterossexual, levá-lo para a cama e depois descartar. Isso te faz se sentir poderoso. É você quem dá as cartas nesse jogo perverso, as regras foram formuladas por você e só te atrai os homens que se enquadram na sua encenação.
            O problema é que através dessa encenação você não sai disso. Repetir sem cessar é fonte de aborrecimento e leva à prisão das potencialidades e da vida. No palco sexual que você roteirizou não há espaço para improvisos e surpresas. Está tudo muito bem ensaiado: a sedução, o gozo, o nojo, o descarte e o (pseudo) triunfo. Reconhecer que essa repetição está te guiando para a infelicidade é a porta de saída para essa situação.
            Porém, é preciso mais. É necessário que você conheça melhor essa sua fantasia de triunfo e vingança. Ao dar um sentido para ela você poderá estar mais ciente do que realmente te acontece e fazer as mudanças que lhe agradem. Ao abrir mão do gozo da sua fantasia você poderá se abrir para outras possibilidades. Com a ajuda de um analista poderá se escutar melhor e compreender o que te passa. Um passo você já deu ao tomar consciência do seu desagrado. Que tal trilhar o caminho do autoconhecimento? 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Analista não dá Conselhos



            São muitas as pessoas que acreditam que a função do analista é a de dar conselhos ao analisando. Todavia, isso é um tremendo engano. O espaço analítico não é o de aconselhamento, mas de descoberta. A análise permite que uma pessoa se conheça mais, fique mais sujeita de si própria e não fique fadada à repetição inconsciente, pois quem não se conhece fica preso à repetição e quem está preso não pode estar livre para viver de fato.
            Durante a análise o analisando ao descobrir mais acerca de si mesmo pode entender melhor os fatores que o deixa preso e com isso tomar outro rumo que o leve à liberdade. Isso só acontece quando o analisando escolhe mudar e se responsabilizar pela própria vida. O analista não aconselha, mas pode, sim, apontar outro caminho e cabe ao analisando tomar sua decisão.
            Muito melhor do que receber conselhos é aprender a pensar por si e se responsabilizar pela própria vida. Quem fica preso aos conselhos se torna dependente, mas a análise visa sempre à libertação e isso implica aprender a pensar. O analista pode ajudar o paciente a usar sua mente para melhor viver.
            Também não cabe ao analista se responsabilizar pela vida de seu analisando. Caso o analista desse conselhos estaria assumindo uma responsabilidade e uma posição que não lhe pertence e tirando isso tudo do analisando. Seria tratá-lo como se fosse idiota, como se ele não fosse capaz de decidir por si próprio e não soubesse de si.  Para crescer verdadeiramente o analisando precisa, cada vez mais, confiar em sua própria mente. O analista dá interpretações e não conselhos. Resta a cada um escolher o que fazer com as interpretações dadas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pergunta de Leitora - Responsabilidade por si



Faço análise e estou insatisfeita com minha analista. Ela nunca responde as minhas perguntas e nunca me dá apoio. Vejo amigas que contam sobre suas analistas que as ajudam e dão conselhos. Minha analista nunca me diz nada que eu possa usar no dia a dia. Quando faço uma pergunta que obriga a uma resposta objetiva ela fica em silêncio. Eu quero soluções e não complicações. E os momentos de silêncio nas sessões são insuportáveis. Sempre espero que ela pergunte e diga o que posso falar, mas ela só fica a me olhar. Ela é a profissional e estou a pagando, então ela deveria dirigir a sessão. Falam que ela é muito boa, mas hoje tenho minhas dúvidas. Será que devo mudar de analista? Procurar alguém que me dê respostas?


            Você confunde a sua analista com uma conselheira. Quer colocá-la nesse papel e quando ela não aceita entrar nessa posição você se frustra. O papel do analista não é a de aconselhar, mas de ajudar o paciente a pensar sobre a própria vida. Parece que você rejeita o ato de pensar e quer que alguém pense por você.
            Desejar não pensar e querer que um outro faça isso por si é empobrecedor, pois te faz dependente de alguém. É obrigação de cada um pensar sobre a própria vida. O analista não resolve os problemas e a vida de ninguém, porém pode proporcionar um espaço onde o paciente fala e nessa fala um sentido novo pode surgir. O analista te ajuda a dar um sentido para os seus atos, pensamentos e emoções, mas cabe a você decidir o que fazer com esse sentido novo.
            E é bom que assim seja, já que quem paga o preço da sua vida é você mesma e não sua analista. Portanto as decisões devem ser suas. Ao exigir que outros te dêem respostas você deseja fugir das suas responsabilidades. Adota, assim, uma posição infantil onde necessita de algum adulto pensando e resolvendo as coisas. O espaço da análise deve ser usado para o crescimento e não para a infantilização.
            Entendo que assumir responsabilidades e pensar possa ser assustador. Crescer nunca é fácil e traz muitas dores, mas é necessário, caso queira viver de fato. Ao mesmo tempo que crescer traz angústias também traz conquistas importantes e saborosas, como saber que se é capaz de realizar as coisas. As verdadeiras realizações só vêem com a maturidade. Quando sua analista se cala ela te convida a assumir a responsabilidade pela sua fala. O analisando é também responsável pelo seu desenvolvimento no decorrer de sua análise. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Qual Compromisso?



            Vejo, com muito desgosto, que muitos profissionais da área psicológica têm um compromisso maior com as teorias do que com os pacientes em si. Muitos se apegam às teorias e dela não largam mais, como se a teoria fosse a coisa mais importante e justificasse tudo. É claro que as diversas teorias existentes possuem importância e cada profissional tem uma identificação com uma ou outra, no entanto não são as teorias que fazem o trabalho clínico acontecer.
            As teorias servem para se pensar sobre os casos e para dar um contexto estrutural. Porém, é a prática clínica que cria a teoria e não o contrário. Quando algum profissional passa a usar a teoria que gosta para criar a sua prática clínica o atendimento se torna superficial e não se importa com o que o paciente está realmente comunicando. Nesses casos passa-se a valorizar apenas aquilo que o paciente diz e que confirma a teoria e todo o resto corre o risco de ser jogado de lado. A clínica verdadeira não funciona assim.
            No atendimento clínico o mais vital é saber escutar o paciente. É saber acolhê-lo e ao conseguir escutar o que ele comunica devolver para ele o que ele disse de uma outra forma que o ajude a pensar. Isso que é interpretar a fala do paciente, essa que é a tão necessária disponibilidade de escuta no exercício clínico. Basicamente é assim que trabalham todas as teorias, mas obviamente cada teoria tem a sua escuta própria.
            Se criar a “escuta” para ouvir o paciente de modo que venha ajudá-lo é o objetivo de todas as teorias é porque é o paciente que importa. Sendo assim é a teoria que deve servir o psicoterapeuta e o paciente e não o psicoterapeuta e paciente que precisam servir à teoria. Quem usa uma teoria como se ela se tratasse de uma verdade única e inconteste é uma pessoa presa e quem está preso fica indisponível para escutar o outro verdadeiramente. Infelizmente há muitos profissionais que não entendem isso e causam um mal terrível quando atendem as pessoas que os procuram por ajuda. Quem atende o outro tem uma responsabilidade grande e deve aprender a ficar disponível. Só com a escuta disponível que o trabalho clínico pode ter sucesso.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pergunta de Leitora - Sem Término



Não consigo terminar nado do que quero. Começo a ler um livro, mas nunca termino. Não sei explicar por que, mas nunca consigo chegar até o final apesar de estar gostando do livro. Com filmes também é assim. Vou ao cinema e nunca fico até o final, sempre saindo antes. Meus amigos dizem que sou doida e muito impaciente. Até mesmo quando estudo para as provas na faculdade eu começo bem, mas não termino de estudar tudo o que eu deveria e isso me prejudica. O que faço?

            Qual será a sua ansiedade em terminar as coisas? Ao evitar o fim natural de qualquer atividade, o que será que você, em fantasia, tenta evitar? São perguntas que, ao você conseguir responder, podem te mostrar uma direção.
            Ao terminar algo nos é exigido um trabalho de luto, que é aceitar o fim e aprender a se desapegar e isso pode ser desde terminar a leitura de um livro, assistir um filme até o final ou elaborar o luto por perder alguém que nos era querido. Todo trabalho de luto causa uma ansiedade. Afinal, é sempre doloroso abandonar alguma coisa que se tinha antes e ter que se refazer. Porém, através da elaboração do luto a vida pode se abrir para novas experiências. Ao não terminar nada você se impede de viver novas oportunidades e por isso fica empacada sempre na mesma posição.
            Não posso dizer muito mais sobre o que lhe ocorre, pois falta mais informações para tal. Posso te dizer, apenas, que você se contraria, já que quer algo, mas nunca termina, ficando sempre presa à insatisfação. Para sair dessa prisão é preciso que você se conheça e dê significado para o ato de evitar terminar as coisas. Ao falar sobre o que te acontece com algum analista que saiba te escutar é uma maneira de se entender e de vir a mudar. Assim, vai poder dar um fim a essa situação.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Roubando a Infância



            Na revista Veja de 24 de outubro uma matéria sobre crianças pregando a bíblia, fazendo sermões e chamadas de pastores mirins é uma alerta sobre como a criança pode ser facilmente vítima da loucura dos adultos. Toda criança é um ser dependente, todas necessitam de um adulto que as proteja e as eduque. Aliás, isso está até na lei. No entanto, muitas crianças foram e continuam sendo vítimas de maus tratos e tendo seu desenvolvimento comprometido devido à insanidade de alguns.
            A criança é um ser em formação. Não tem idéias ainda bem estabelecidas e nem podem responder sobre muitos de seus atos. Nessa reportagem da Veja alguns pastores, de extrema má fé, usam crianças para pregarem e assim, quem sabe, chamar mais fiéis e atenção. Ver uma criança pregando moral e até realizando curas deve ser muito bonito para muita gente. Só se for para gente alienada, porque isso é no fundo exploração infantil. Usa-se crianças para obter uma vantagem e com essa atitude perversa rouba-se um tempo importante da vida delas.
            Rouba-se a infância e a oportunidade delas se desenvolverem apropriadamente. Crianças devem brincar e ser crianças e não ser exigido delas uma posição que não podem ter. Quando esse tempo para se desenvolver lhe é roubado as crianças pagam um preço muito alto. São obrigadas a carregar uma fardo pesado que exige uma maturidade que ainda não possuem. O problema de se exigir de uma criança uma maturidade além de suas possibilidades é que ela perde a chance de se desenvolver com naturalidade e de forma saudável. Acabam, então, mostrando uma maturidade falsa que não corresponde à sua realidade interna, ou seja, terminam por fingir o que na verdade não são e tudo isso acontece sob os olhares daqueles que deveriam cuidar de seu bem estar.
            Amadurecer leva tempo e qualquer pressa pode ser bastante prejudicial. É que amadurecer se dá passo a passo. Dos pastores mirins é exigido uma postura do saber, ou seja, uma posição de autoridade. Até mesmo um adulto assumir uma posição de autoridade pode ser perigoso imagine então uma criança. O que esses pastores fazem ao permitir tal coisa acontecer é perverter a criança e roubar dela a vida. Roubar a vida do outro não é só matar, mas é também tirar a chance do outro de viver dignamente.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pergunta de Leitora - A peça que Falta



Não sei o que acontece na minha vida, mas sinto que sempre algo está faltando. Tenho quase tudo que uma mulher poderia querer, mas sempre me vem o pensamento de que algo me falta e por isso nunca fico preenchida. Isso faz com que eu abandone as coisas que eu conquisto e me prejudica. Quando quero algo eu imagino que enfim não vou precisar de mais nada para ser feliz, só que a felicidade nunca chega e me sinto vazia. Sempre fico na expectativa que um curso, uma pessoa, uma viagem, um carro vão me satisfazer, mas não entendo porque nada me satisfaz. Pulo de empregos, de relacionamentos, de casa, mas nada é suficiente. O que me falta e como conseguir?


            A condição do ser humano é de estar sempre em falta. Nunca estamos plenamente satisfeitos de fato. A falta nos leva a procurar algo e nessa procura temos a chance de enriquecer nossas vidas. É que ao procurar podemos aprender com aquilo que desconhecíamos. A questão, então, não é achar aquilo que irá te preencher, mas sempre continuar a busca.
            Você idealiza que algo irá te preencher e que não mais desejará nada, porém com isso você se engana e se impede de aproveitar melhor as suas conquistas. Fica tão seduzida por aquilo que não tem que se esquece de ver e viver o que tem. Você deseja o impossível e por isso fica insatisfeita. Só podemos ser realmente felizes se desejarmos o possível.
            Sente sua alma como um saco sem fundo que jamais fica cheio. Olha com tanta intensidade para um futuro onde não exista a falta que fica cega para o presente. Vive um tempo que não é seu e só sabe querer, sem saber bem o que. Morre de fome, com um prato cheio na sua frente, pois só consegue pensar no prato que ainda não veio.
            Ao procurar por uma análise com um profissional que saiba te ouvir poderá aprender a se ouvir também e entender porque não se permite viver o presente e ficar satisfeita. Poderá abrir mão de desejar um estado irreal e tirar melhor proveito do que a realidade pode oferecer. A peça que te falta é você compreender a sua própria vida.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Homem e a Sexualidade



            No senso comum acredita-se que a sexualidade para o homem se dá mais facilmente e sem tantos problemas quando comparado com a sexualidade feminina. Engana-se, porém, quem assim pensa. As dúvidas e angústias sobre sexualidade atingem tanto homens quanto mulheres. Uma das que mais angustiam homens é a idéia equivocada que homem que é homem tem que estar disponível para o sexo a toda hora.
            Isso traz angústia porque deixa o homem preso e quem se encontra preso se vê sem escolha. Quando não há possibilidade de escolha só pode haver tensão e infelicidade. Na cultura popular é bastante valorizado o pensamento de que o homem tem que estar querendo sexo a todo o momento. Alguns homens até se envergonham em discordar disso, pois acham que isso os diminui em sua virilidade. Aliás, muitas mulheres contribuem muito para alimentar tal pensamento quando ao perceberem que um homem não estava tão afim assim de sexo o chamam de impotente ou gay. Isso os faz se sentirem culpados por não desejarem o sexo.
            A cultura machista presta um enorme desserviço a toda sociedade. Tanto para as mulheres, que passam a ser apenas objetos, quanto para os homens que ficam aprisionados numa idéia de que têm que querer sexo sempre e ainda por cima dar conta do recado de forma espetacular. Tantos homens quanto mulheres são seres humanos e por isso mesmo ficam suscetíveis a variáveis. Haverá momentos que uma pessoa deseja sexo, outros que se encontra esgotada e não quer nada com o sexo. Isso é válido para qualquer gênero.
            Sexo não pode ser obrigação. Se assim for torna-se um fardo e não mais uma parte agradável da vida. Acreditar que homens precisam ser potências sexuais a todo instante desumaniza a figura masculina trazendo muitos aborrecimentos e até adoecimentos. Veja o sucesso das pílulas para a impotência usadas até por homens que delas não necessitam. Isso acontece porque não confiam mais no desempenho sexual normal, mas ficam amarrados numa falsa idéia de que o sexo exige uma performance em grande estilo, de grande durabilidade e a todo instante. Sexo precisa ser prazeroso e não um espetáculo. Está mais do que na hora dos homens se humanizarem e de deixarem o pensamento machista para trás.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pergunta de Leitora - Labirinto



Todo mundo me deseja. Fico seduzindo as pessoas pelo prazer de saber que tem gente me desejando. Uma psicóloga disse que tenho um desequilíbrio emocional. Já tentei suicídio. Minha mãe não me entende. Choro muito por causa disso. Comecei a fazer programa com homens pra atingir minha mãe. Ela tem muita autoridade sobre mim. Não sei se ela sabe. Dá muitas indiretas. Meu pai é militar, somos de classe média, temos conforto. Acho que me arrisco muito. Tem homens que são muito agressivos, muito loucos. Me arrisco quando durmo com um desconhecido. Posso ser assassinada. Mas toda vez que penso em parar aparece a raiva que tenho da minha mãe. Ela nunca acreditou que eu podia ser alguém na vida, sempre duvidou de mim.

            Li e reli seu email, mas não consegui entender por que escreveu para mim. Ao menos nesse email não há questão nenhuma. Por que será que você me escreveu? O que esperava obter?
            Parece-me que o que te motiva seja a sedução pura e simples. Você quer ser olhada e notada, porém não faz a menor idéia do que fazer quando consegue chamar a atenção. Está presa no ato de seduzir e não sai disso.
            A impressão que me passa é a de que se encontra perdida num labirinto. Quer ser objeto de desejo, seja da mãe, dos homens com quem faz programas e das pessoas em geral. Receia não ser amada e querida. Provavelmente é angustiante viver assim, pois você gasta muita energia procurando tanto chamar atenção que não tem mais nenhuma energia disponível para voltar a si própria.
            Chega uma hora na vida que se faz necessário sair do labirinto, senão a vida passa e você percebe que viveu apenas uma ilusão. A ilusão só pode ser boa se nos fizer felizes. Esse não parece ser o seu caso. Não sei se sua mãe duvida de você, mas sei, sim, que você deveria acreditar mais em você. Ache logo a saída desse labirinto que você se enfiou.