Eu encontrei o teu blog, não sei se é do teu
interesse, este tipo de questionamento, mas eu preciso perguntar. Eu sou
cinéfila, noveleira e adoro ler. Por isso já me deparei diversas vezes com
histórias de mães e filhos, pais e filhos, parentes que por alguma razão são
separados e depois de muitos anos voltam a se encontrar. Mesmo sem saber do
parentesco desenvolvem uma grande amizade, criam afinidades, como se
inconscientemente a pessoa soubesse que aquele amigo é um pai, uma mãe. Como um
chamado do sangue. Não sei se expliquei bem, mas é isso. Fiquei com essa
dúvida, o sangue realmente fala mais alto? Ou é pura ficção? Se tu puder me dar
a tua opinão, agradeço.
Você
não sabe se é do meu interesse esse tipo de questionamento, mas precisa
perguntar. O que será que isso revela de você? Não faço ideia, pois para isso
precisaria de mais informações que você não me deu. No entanto, chamou a
atenção a maneira que você se apresentou.
O
que me pede, uma opinião, para o “chamado do sangue”, não tem uma resposta
conclusiva. A vida é cheia de mistérios dos quais pouco entendemos. Isto, sim,
posso afirmar. Mais do que isso seria presunção ou um convite para fazer valer
o devaneio. Decorrer sobre um assunto desta categoria para se chegar a alguma
conclusão é o mesmo que querer construir castelos no ar.
O
que é real e o que é ficção em você? Talvez essa pergunta seja muito mais
válida e de possível resposta. Para isso vai precisar se voltar para si mesma
em vez de devanear. Há dois tipos de devaneios, o útil e o inútil e você
precisa escolher o primeiro.
No
romance Dom Quixote o personagem
título não sabia mais o que era ficção e realidade e fazia muitas trapalhadas e
corria até riscos, porém ele contava com seu fiel Sancho Pança que o punha a
salvo. Ele devaneava porque não suportava a realidade. Só que devanear sem
criar dentro de si um Sancho Pança pode ser infrutífero já que não leva a uma
compreensão verdadeira, mas a um desvio de responder o que de fato precisa ser
respondido.