segunda-feira, 7 de abril de 2014

Acumuladores


            Existe na TV paga um programa que se chama Acumuladores e nesse programa é mostrado o interior das casas de algumas pessoas que têm dificuldades em jogar qualquer coisa fora e acabam acumulando tudo, mesmo que seja até lixo. Quando se vê o estado em que ficam os cômodos da casa, repletos de entulhos que vão desde embalagens de produtos, roupas velhas, papéis, revistas e jornais, o sentimento que desperta é de um grande choque bem como a pergunta de como se chegou a esse estado. Obviamente essas pessoas não são apenas desorganizadas, mas têm graves problemas psicológicos.
            Salas inteiras ficam tomadas por tantas coisas inúteis que sofás, poltronas e outras mobílias ficam embaixo de montes de lixo. Há pessoas que não conseguem mais dormir em suas camas pois estas estão cheias de objetos e outras nem mais podem usar suas cozinhas já que usam o forno e geladeira como armário para guardar coisas que não deveriam estar lá. O que se vê é que a casa perde o seu sentido. Em vez de um lar torna-se um depósito de quinquilharias. O que será que acontece na mente desses acumuladores para deixarem as coisas num estado tão calamitoso?
            A resposta pode ser encontrada na ansiedade de separação. Quando nos separamos de alguém ou até mesmo de algum objeto que estimamos sentimos a perda e é justamente esse sentimento que muito frequentemente se tenta evitar. A perda é sentida como algo negativo, como algo que deve ser evitado. A perda em nossas mentes causa desprazer e nosso funcionamento mais básico faz com que fujamos do desprazer e que vamos atrás  daquilo que pode nos causar prazer. O grande problema aqui é quem não admite a perda fica impossibilitado de se desenvolver, pois o desenvolvimento implica aceitar a perda de algo passado e ir adiante na vida. Todo crescimento significa abandonar algo passado para que algo novo possa surgir e tomar forma.
            Os acumuladores projetam em objetos físicos o que se passa em suas mentes. Eles não conseguem se separar de nada, pois temem a dor que a separação acarreta e com isso não permitem se desfazer de coisa alguma. Ao acumular se sentem protegidos e seguros da ansiedade de separação. No entanto, não percebem que se empobrecem. O que falta a essas pessoas é conseguirem desenvolver um estado de mente que permita a aceitação da perda. É aprenderem que nem toda perda é negativa e que ela se faz necessária para que busquemos coisas novas. O acumulador é uma pessoa que não tem dentro de si recursos que o ajude a avaliar o que é necessário em sua vida. Assim, tudo parece que vai lhe fazer uma falta imensa. Quando a casa dessas pessoas fica atulhada é porque a própria mente dessas pessoas também está atulhada de coisas que seria melhor se fossem abandonadas. É preciso saber se separar, caso contrário a mente fica tão cheia e saturada que perde a sua função que é pensar. Quem não pode fazer uso da mente não consegue construir uma vida com qualidade.

2 comentários:

  1. Bom dia!
    Após leitura matéria, constatei ter problema identico em casa, preciso sua ajuda.
    Um grande abraço

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  2. Bom dia!
    Após leitura matéria, constatei ter problema identico em casa, preciso sua ajuda.
    Um grande abraço

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