Existe na TV paga um programa que se chama Acumuladores e nesse programa é mostrado
o interior das casas de algumas pessoas que têm dificuldades em jogar qualquer
coisa fora e acabam acumulando tudo, mesmo que seja até lixo. Quando se vê o
estado em que ficam os cômodos da casa, repletos de entulhos que vão desde
embalagens de produtos, roupas velhas, papéis, revistas e jornais, o sentimento
que desperta é de um grande choque bem como a pergunta de como se chegou a esse
estado. Obviamente essas pessoas não são apenas desorganizadas, mas têm graves
problemas psicológicos.
Salas inteiras ficam tomadas por tantas coisas inúteis que
sofás, poltronas e outras mobílias ficam embaixo de montes de lixo. Há pessoas
que não conseguem mais dormir em suas camas pois estas estão cheias de objetos
e outras nem mais podem usar suas cozinhas já que usam o forno e geladeira como
armário para guardar coisas que não deveriam estar lá. O que se vê é que a casa
perde o seu sentido. Em vez de um lar torna-se um depósito de quinquilharias. O
que será que acontece na mente desses acumuladores para deixarem as coisas num
estado tão calamitoso?
A resposta pode ser encontrada na ansiedade de separação.
Quando nos separamos de alguém ou até mesmo de algum objeto que estimamos
sentimos a perda e é justamente esse sentimento que muito frequentemente se
tenta evitar. A perda é sentida como algo negativo, como algo que deve ser
evitado. A perda em nossas mentes causa desprazer e nosso funcionamento mais
básico faz com que fujamos do desprazer e que vamos atrás daquilo que pode nos causar prazer. O grande
problema aqui é quem não admite a perda fica impossibilitado de se desenvolver,
pois o desenvolvimento implica aceitar a perda de algo passado e ir adiante na
vida. Todo crescimento significa abandonar algo passado para que algo novo
possa surgir e tomar forma.
Os acumuladores projetam em objetos físicos o que se
passa em suas mentes. Eles não conseguem se separar de nada, pois temem a dor
que a separação acarreta e com isso não permitem se desfazer de coisa alguma.
Ao acumular se sentem protegidos e seguros da ansiedade de separação. No
entanto, não percebem que se empobrecem. O que falta a essas pessoas é
conseguirem desenvolver um estado de mente que permita a aceitação da perda. É
aprenderem que nem toda perda é negativa e que ela se faz necessária para que
busquemos coisas novas. O acumulador é uma pessoa que não tem dentro de si
recursos que o ajude a avaliar o que é necessário em sua vida. Assim, tudo
parece que vai lhe fazer uma falta imensa. Quando a casa dessas pessoas fica
atulhada é porque a própria mente dessas pessoas também está atulhada de coisas
que seria melhor se fossem abandonadas. É preciso saber se separar, caso
contrário a mente fica tão cheia e saturada que perde a sua função que é
pensar. Quem não pode fazer uso da mente não consegue construir uma vida com
qualidade.
Bom dia!
ResponderExcluirApós leitura matéria, constatei ter problema identico em casa, preciso sua ajuda.
Um grande abraço
Bom dia!
ResponderExcluirApós leitura matéria, constatei ter problema identico em casa, preciso sua ajuda.
Um grande abraço