sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vida



Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas 
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.

            Esse belo poema me foi enviado, carinhosamente, por uma leitora. Ela disse que, ao ler esse poema, lembrou do que escrevo aqui quando falo da importância de viver bem e enfrentar os obstáculos que a vida sempre traz de forma corajosa, ou seja, de coração.
               Fico agradecido pelo seu carinho e pelos elogios.
            Aproveito para dizer que novas postagens voltarão dia 08 de janeiro e agradecer a todos aqueles que enriqueceram esse blog e minha experiência com suas perguntas e abrindo partes de suas vidas a outros leitores. Todos vocês que contribuíram perguntando ou como leitores dão mostra que os assuntos da mente despertam curiosidades e também esperança que possamos sempre encontrar alternativas para melhorar.
            Boas festas a todos e que ano que vem seja melhor.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Emoções de fim de ano



            Mais um ano que se vai e um novo que se aproxima. Apesar da passagem do ano ser algo marcado artificialmente pelo homem é inegável que causa um tremendo alvoroço nas emoções que sentimos. No meu trabalho clínico vejo muitos pacientes angustiados com o fim do ano, vivendo um verdadeiro turbilhão emocional.
            Muitos reclamam que a chegada do fim do ano traz lembranças tristes ao perceberem a passagem do tempo e ver que muitos sonhos e planos só ficaram na ilusão e não se tornaram realidade. Sentem uma perda por notarem que muitas vezes suas vidas não mudaram o quanto gostariam. Em resumo, sentem que fracassaram mais um ano.
            Quem se encontra assim é preciso refletir bem para começar o ano novo de forma mais leve a fim de enfrentar as frustrações de uma maneira mais saudável e mais proveitosa. É bom usar essa mudança de ano para se pensar em como a vida foi vivida nesse ano que se passou. Você viveu ou simplesmente deixou o tempo passar, sem você se comprometer consigo próprio? Vale a pena responder essa pergunta para saber como você vem vivendo. Caso perceba que deixou o tempo passar sem fazer nada por você, precisa aprender a ser mais diligente com sua vida. Lembre-se que se você nada fizer, as coisas não vão mudar sozinhas.
            Só que ser diligente e fazer planos exige que você seja realista, ou seja, que tenha os pés no chão e planeje coisas que você possa realmente conseguir. Não adianta nada desejar o impossível e esperar que ele aconteça só porque você assim quer. Viver assim é se frustrar. Então aí está o primeiro passo: vai precisar se mexer para tornar o que deseja e seja possível em realidade.
       São muitas as pessoas que não acreditam na própria capacidade de fazerem as coisas acontecerem e a vida melhorar. Um dos piores entraves é a mente que duvida de si mesma e do potencial que carrega. Muitos acreditam que as coisas tenham que lhes ser dadas e que elas sozinhas não podem conquistar nada e assim deixam tudo como está e viram vítimas. Desejo a todos que sonham, um fim de ano de proveitosas reflexões e que o ano que começa de boas realizações.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pergunta de Leitora - Auto-prazer e culpa



Oi Sylvio! Li seu post Prazer sem culpa que vc respondeu a mulher que quer ter vários parceiros. É estranho ler aquilo mas tb é tranqüilizador para as mulheres se sentirem normais. Eu tenho 27 anos e sou uma mulher bonita. Já namorei e sempre gostei de sexo. E eu gosto de me masturbar. Não sei porque todo mundo acha que mulher não se masturba ou não gosta disso. Mas eu gosto, mas ao mesmo tempo tb me sinto culpada. Depois de me masturbar eu me sinto como se tivesse feito algo errado. Estudei com freiras e elas sempre impuseram a noção de pecado na masturbação. Mas se é pecado para homens e mulheres e os homens continuam a fazer isso até descaradamente por que nós mulheres não podemos? Não é justo. Um dia com meu namorado eu comecei a me masturbar na frente dele para mostrar como era que eu gostava de ser tocada e ele tentou não ficar, mas ficou, constrangido. Como se isso fosse errado. O que vc pode falar do sentimento de culpa nesse caso?

            O corpo é fonte de prazeres e uma pessoa se tocar é se dar auto-prazer. A sexualidade pode ser algo bom e faz parte da natureza. Segundo a visão da igreja isso é um pecado, pois para a igreja o prazer sexual não é visto com bons olhos. Como se fosse possível vencer a natureza e negá-la. Quando a igreja, ou qualquer outra instituição, ou qualquer pessoa, combate a natureza tentando transformá-la em algo errado e sujo, cria-se a culpa.
            A culpa, então, nasce quando desejamos algo que é tido como pecaminoso e feio de se viver. Alia-se a isso todas as ameaças que são impostas como forma de punição por alguém desejar seguir a própria natureza. Sexo desperta curiosidade e traz grande prazer e todos somos seres sexuados. É natural que queiramos experimentar.
            Houve épocas que a masturbação era até considerada, por médicos, fonte de muitas enfermidades, o que servia ainda mais para aumentar a culpa das pessoas. Hoje se sabe que a masturbação é uma forma saudável da pessoa aprender e viver sua sexualidade. Ela não causa doença nenhuma e é um direito de quem quiser praticá-la, incluindo as mulheres.
            As mulheres na história ocuparam uma posição submissa e para quem fica nessa posição muitos prazeres são negados. Por serem consideradas apenas como objetos elas não tinham direito de se manifestar e revelar seus desejos, principalmente o sexual. Não é à toa que em muitas culturas ainda se pratica a extirpação do clitóris em muitas mulheres, como forma de tirar delas o prazer e o desejo. Quem deseja se expressa e começa a questionar as coisas. Para quem quer que as mulheres não questionem nada é melhor acabar com seu desejo, assim elas passam a ser controladas.  Felizmente, o mundo hoje está melhor, em alguns lugares, para as mulheres, que podem descobrir como fazer uso de sua sexualidade e viver uma vida mais plena.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pensamento

O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.
(William Shakespeare)

            Sobre o tempo cronológico nada podemos. Ele passa, ileso e soberano, sem que ninguém possa pará-lo ou negociar uma diminuição em sua velocidade. É um fato da realidade que não temos como mudar, por isso mesmo só no resta aceitar o tempo que nos é dado e aproveitá-lo bem.
            O único recurso que temos para usar o tempo ao nosso favor é saber viver bem. E amar verdadeiramente é a única maneira de melhor viver e com isso suspender os limites do tempo e prolongar-se. Esse amor pode ser entre dois amantes, dois amigos, entre pais e filhos, pelo trabalho, por uma obra, enfim, o amor é tão grande e múltiplo que não conhece barreiras para existir.
            Ao amar nos ligamos a pessoas e obras e nos encantamos, mas essa ligação nada tem haver com o sentimento de possessividade. É uma ligação pura porque é livre, nada exige e nada prende. É o verdadeiro se abrir para a vida e beber dela o que ela tem de melhor.
            Para não temer o tempo, se angustiar com ele e não envelhecer é necessário amar. Do contrário perde-se tempo e ele é implacável. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pergunta de Leitora - Amor não usa correntes


Tenho 34 anos e sou apaixonada pelo meu namorado. Estamos juntos há quase um ano e já me imagino entrando na igreja e a festa de casamento. Quero muito que ele queira isso tb. Só que ele falou em separar semana passada por isso corri pra te escrever pra saber o que posso fazer. Ele só liga pros amigos dele e pouco pra mim. Ele disse que gosta de mim, mas não quer casar. Ele tb disse que está cansado de mim porque acha que eu sou muito ciumenta. É que ele é muito bonito e sei que tem menina aí que dá em cima dele e tenho que cuidar do que é meu. Brigamos muito feio semana passada. Ele queria jogar bola com os amigos nos sábado e eu queria que ele ficasse comigo e aí tranquei ele em casa. Ele acabou pulando o muro e ficou 3 dias sem falar comigo. Quando a gente conversou ele falou em dar um tempo. Senti que meu coração parou. Eu morro se ficar sem ele. O q posso fazer pra não perder ele? Por favor me ajuda.

            Fica claro que você desconhece o que seja amor, apenas conhece a paixão. Você está apaixonada por um relacionamento que não existe, a não ser na sua ilusão. Pelo que escreveu você não o ama, porque quem ama considera o outro como pessoa e você só está obcecada pelo o que ele te representa.
            Você já se imagina casando e nem liga para o que ele sente ou pensa a respeito disso. Só o que importa é o que você quer. Essa é uma atitude egoísta totalmente contrária a do verdadeiro amor que sempre presta atenção no que o outro quer. Você o trata como se fosse um objeto que você possui e que decide onde vai colocá-lo, quer ele queira ou não.
            Seu namorado tem toda a razão em ficar bravo com você por tê-lo trancado na sua casa. Foi um ato de extrema violência que não se justifica em hipótese alguma. Se o relacionamento, em menos de um ano, tomou essas proporções é sinal de que algo entre vocês não vai nada bem e vocês só têm a ganhar se repensarem essa relação.
            Muito provavelmente você não se sente segura e confiante no que ele te oferece e no desatino passa a querer controlá-lo, achando que com isso vai mantê-lo. Engano seu! Quanto mais desesperada fica e mais uso do controle faz, mais você o distancia. Ele já deixou claro, ao dizer para dar um tempo, que não aceita ser tratado desse jeito. Se esse relacionamento tiver chances ainda, vai depender muito das mudanças das suas atitudes.
            Caso esse relacionamento termine não precisa ser o fim do mundo. Você existe com ou sem ele. Deve aproveitar essa experiência para aprender a não se repetir mais no futuro e não condenar os próximos relacionamentos. Se conhecendo melhor faz com que seus relacionamentos também sejam melhores.