domingo, 23 de abril de 2023

Como começam muitos vícios

 


Uma matéria do site UOL mostra os perigos das apostas esportivas virtuais que se alastram cada vez mais pelo país. Através de sites e aplicativos as pessoas apostam dinheiro para tentar ‘prever’ os resultados de determinados jogos ou embates das mais variadas modalidades esportivas. Se acertam ganham dinheiro, caso contrário perdem. É muito tentador para muitas pessoas acreditarem que poderão ganhar dinheiro fácil, porém as consequências dessas apostas são bem desalentadoras. No fim das contas quem ganha dinheiro mesmo com essas apostas são esses sites e aplicativos enquanto exploram a compulsão das pessoas viciadas em jogos.

No artigo mencionado acima há relatos de pessoas que sofreram as mais diversas complicações por entrarem nesse mundo de apostas. Dívidas com bancos, com agiotas e até mesmo roubo de dinheiro de familiares e de objetos dentro de casa acabaram destruindo muitas famílias. O esporte, que poderia ser algo a ser vivido com alegria e prazer, passou a ser ameaçador e fonte de grandes sofrimentos. E para piorar muitos desses sites de apostas usam como garotos propaganda atletas esportivos que sempre foram ídolos de muitas pessoas. É realmente um sistema perverso e uma pessoa compulsiva ou que pode entrar numa compulsão fica mesmo aprisionada podendo colocar muitas coisas de sua vida em risco. 

A compulsão pode ter múltiplas formas. Pode ser por álcool, por drogas, por comida, por compras, por sexo e por jogos. Há muitas maneiras, mas todas são, inicialmente, algo que parece começar com buscar o prazer e acaba virando um pesadelo porque aprisiona e vira angústia. Em algum momento da vida a pessoa sente emoções e sentimentos muito difíceis de tolerar e realizam determinadas ações como forma de evitar sentir a ansiedade: bebem, se drogam, comem, compram, transam ou apostam e se sentem bem como se houvessem vencido a ansiedade. O problema é que precisam cada vez mais de quantidade de estímulos maiores para se sentir aliviados e não se dão contam de que estão presas num ciclo repetitivo do qual não conseguem mais sair. Afundam-se cada vez mais e alimentam a ilusão de que na próxima vez que buscarem se aliviar vai ser definitivo. Se enganam com ilusões que jamais acontecerão e vão naufragando numa situação de extremo sofrimento.

Apesar de buscar o prazer e tentar se evadir de suas emoções aflitivas o mais rápido possível, bem como fugir da realidade, a pessoa compulsiva nunca consegue de fato uma satisfação verdadeira. Estará sempre acorrentada em seus vícios e não consegue vislumbrar dentro de si mesma outras formas de viver. Há prazeres e prazeres nessa vida, todavia como vivemos e nos relacionamos com o prazer pode ser algo que nos deixe adoecidos e sem perspectivas. Há inúmeros sites, empresas e gente sem escrúpulos que buscam lucrar com o adoecimento alheio. Ninguém é obrigado de fato a se viciar, é uma responsabilidade de cada um poder se cuidar de forma apropriada, mas é importante perceber também que há muitos anzóis por aí procurando ‘prender’ clientes. Para não ser fisgado só mesmo desenvolvendo uma mente que seja capaz de pensar e escolher com sabedoria onde vai se meter. Realmente, é muito perigoso viver a vida sem desenvolver uma mente.

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