As pessoas ficam muito preocupadas com essa coisa de destino. Muitas até se valem da astrologia, esoterismo e “trabalhos” para aliviarem ou mudarem os seus destinos, que acreditam serem desfavoráveis ou indesejáveis. E haja receita para isso e aquilo, haja galinha morta em encruzilhada, haja velas acesas não sei por quantos dias, haja simpatia para obter esse ou aquele resultado. Isso acontece com muito mais frequência do que se imagina e em todas as classes sociais e intelectuais. Sim, há pessoas de todos os níveis que ficam tão impressionadas com o que chamam de “destino” que se valem de tudo que é artimanha que lhes dê segurança, mesmo que esta seja falsa e artificial.
A definição de destino nos dicionários é mais ou menos a seguinte: sucessão de acontecimentos que não se consegue evitar. Ou seja, acredita-se que destino tenha a ver com tudo aquilo que está decidido e escrito e que não pode ser mudado ou, se for mudado, é porque requer uma ação que quebre ou que negocie com o que é dado como certo e definido. Como se pode ver, muitas pessoas acreditam que estão presas num roteiro que já está escrito e que elas nada podem fazer ou, se puderem, precisam de uma ajuda sobrenatural.
Realmente, viver assim, acreditando que tudo já está pré-estabelecido, deve ser muito desalentador. A sensação deve ser de muita impotência e submissão frente à vida. Quando pensamos que tudo já é algo estipulado não há espaço para a esperança de um futuro melhor e mais tolerável. No entanto, as pessoas possuem muito mais espaço de manobra em suas vidas do que imaginam. Na verdade, as coisas não estão escritas, mas estão sendo escritas pelas próprias pessoas através de suas decisões, de suas escolhas e atitudes. Não somos como frágeis marionetes que só se movimentam quando algo superior acima assim comanda, mas decidimos diariamente como vamos viver.
A gente pode até não decidir como é o nosso começo. Partimos de situações que estão ali presentes e que não escolhemos, como nossa família ou o lugar em que nascemos, por exemplo. Claro que estas situações vão determinar muitas coisas em nossas vidas, mas muito do que vai vir a acontecer é também determinado pelo o que escolhemos. Sabemos quais circunstâncias determinam de onde viemos, porém, para onde vamos é outra história. E que história será esta depende de cada um, da forma como cada um lida com o que se depara ao longo da vida.
É uma jornada que empreendemos e nela temos muita responsabilidade por onde nos metemos e o que enfrentamos. Em outras palavras, há muita responsabilidade que temos que tomar para nós. De nada adianta culpar Júpiter ou Saturno pelo o que nos acontece. Eles estão lá orbitando no espaço sem nem saberem que você existe e sem nem se importarem com o que você faz da sua vida.
Tendemos a evitar assumir as nossas responsabilidades, todavia, facilmente as projetamos em algo lá fora. Assim, podemos reclamar e nos queixar de nossos tristes destinos e podemos nos sentir vítimas de um azar. Agora, quando tomamos a responsabilidade por nós mesmos não há do que se queixar, mas sim trabalhar para que nossa vida fique melhor. Quando não estamos satisfeitos com o que vivemos só mesmo escrevendo o próprio destino para vivermos diferente.
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