Estou casada com um tirano. Ele me trata como uma empregada doméstica sem salário. Não tenho um único gesto de carinho e reconhecimento. Às vezes ele chega a me bater e quando tenho que pedir dinheiro para ele, ele fica furioso e grita comigo como se eu estivesse tirando tudo dele. Me chama de inútil e imprestável e diz que nem como prostituta eu daria certo. Tenho uma filha de 4 anos e não sei que educação estou dando para ela. Ele nos despreza. O que será que eu posso fazer? Me dê uma luz. Só não quero me separar porque não sei fazer nada na vida e não tenho para onde ir. Tenho muito medo de ficar jogada e não sei se aguento ficar sozinha.
Você coloca tão poucas possibilidades de ser ajudada que faz pensar se quer mesmo resolver essa situação. Como será que você espera ser ajudada? O que será que você imagina que seria uma luz para o seu caso?
Se você espera que seu marido vá mudar está se enganando. Não temos como ser felizes quando desejamos o impossível. Pelo o que você conta, seu marido te tortura, até te bate, te humilha e isso é caso de polícia. É contra a lei sofrer abusos e o agressor pode até ir para a cadeia. Mas a questão é se você conseguiria seguir este caminho.
A falta de confiança em você mesma faz você temer ter que cuidar de si e da sua filha. Portanto, você só sairá desta posição que você se encontra à medida que puder ter um auto olhar mais apreciativo por você mesma. Não tem saída fácil e sem preço para o que você vive hoje. Como é você - e só você - que vai pagar o preço precisa decidir até onde está disposta a ir, mas não se iluda que exista uma solução sem você mudar a posição que ocupa ou de que seu marido vai ter uma transformação milagrosa e passar a te tratar com dignidade. Como já se diz no ditado popular “Para se fazer uma omelete é preciso quebrar os ovos”, ou seja, caso queira mesmo uma mudança, vai ter que quebrar algumas barreiras que hoje te seguram, senão nada ocorrerá.