Há uma anedota que conta que um mendigo que vivia de pedir
esmolas num pequeno vilarejo, era motivo de chacota da população. Tudo porque
quando alguém mostrava duas moedas de diferente valor o mendigo
sempre escolhia a de menor valor. O povo achava tudo muito
engraçado e vivia fazendo troça dele, mostrando o quanto o mendigo era tonto por escolher mal. Um forasteiro vendo a cena foi um dia conversar com o mendigo e o
questionou se ele tinha consciência dos sarros de que era vítima e porque nunca
escolhia a moeda de maior valor. O mendigo lhe sorriu e disse que no momento que
escolhesse a mais valiosa a brincadeira deixaria de ter graça e ele
perderia sua fonte de renda.
Com essa parábola podemos aprender várias coisas. Uma delas
é que as aparências nem sempre são verdadeiras. O mendigo parecia idiota,
tonto, mas na verdade ele estava sendo mais esperto que a população que o
considerava como tal. Isso mostra o quanto olhar apenas as aparências pode ser
extremamente enganoso.
Uma segunda coisa que podemos aprender com essa história é
que se a ambição for demasiada pode por tudo a perder. Caso o pedinte começasse
a cobiçar mais e mais, uma hora isso ia ser percebido e seus planos iriam por
água abaixo. Já a terceira lição que penso que pode ser desprendida daqui é que
mais importante do que os outros pensam de nós é o que nós pensamos de nós
mesmos.
Podemos ficar bem mesmo quando a opinião das pessoas de fora
não está a nosso favor. Em outras palavras, a opinião alheia conta muito pouco
quando estamos certos daquilo que nos faz bem e é nosso caminho. Infelizmente
muita gente esquece disso e ficam a mercê do que os outros dizem que é correto.
Acontece que nossa realidade, aquilo que sabemos de nós mesmos, não tem como
ser apreendido pelo outro, que vai fazer apenas julgamentos de valores que nada
tem a ver com nossa realidade interna. Saber viver e ter esses jogos de cintura
fazem com que a vida se torne possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário