Sou casada, tenho 44 anos
e estou infeliz no meu casamento. Tenho dois filhos, um de 20 e outro de 18
anos. Desde que casei sempre fui a perfeita dona de casa. Fui criada com a
ideia de que mulher sem marido é infeliz e que tem que se dedicar para o seu
lar. Assim fiz, mas hoje vivo um inferno. Meu marido me trai com várias
mulheres e nem mesmo esconde os seus casos. Está ali no celular as conversas
que ele tem com suas amantes. Quando eu descobri a primeira traição há anos eu
o perdoei até porque eu não tinha o que fazer. Não trabalho, não tenho como me
sustentar. Só que ele foi piorando e agora está impossível. Sou humilhada
frequentemente. Sei que a separação depende só de mim, mas como não tenho meios
fica impossível eu pedir o divórcio. Não tenho a quem pedir socorro. Estou
sozinha. Até já pensei em me matar.
A gente, para casar, deve
se preparar. O casamento não deve ser uma coisa que acontece repentinamente e
de maneira imprudente. É preciso primeiro conhecer o outro, perceber como é
estar com o outro e decidir a partir daí se há um desejo verdadeiro de se estreitar
mais a relação. Não fazer assim pode trazer inúmeros enganos que produzirão
infelicidade. Assim como para casar é necessário uma preparação, para se
separar também é.
Ainda mais
no seu caso que nunca cuidou de si própria. Apesar de ter cuidado da família e
da casa, como você mesma disse, faltou aprender a cuidar de você. Hoje você
está numa posição de dependência extrema. Em outras palavras está nas mãos de
seu marido, que ainda por cima te humilha. Na verdade, com a primeira traição
dele você não o perdoou de fato, mas parece que apenas ensaiou um perdão porque
temia se separar e ficar só. Ao que tudo indica ele notou esse seu medo e sua
dependência e foi abusando mais e mais até que virou esse relacionamento
abusivo que você vive e do qual não sabe como sair.
Não tem
resposta fácil para o que você vive. Porém, antes de pensar numa solução é
necessário que você resolva questões básicas da sua vida, muito anteriores a
que vê no seu relacionamento hoje. Por exemplo, começar a cuidar de si. Precisa
entender o que te levou a abandonar a si mesma para que retome ou inicie esse
caminho. Sem essa compreensão nada mudará.
Talvez você
precise morrer mesmo, mas não concretamente, mas para essa vida que leva. A
morte não precisa ser levada ao pé da letra, mas pode ser uma imagem para se
pensar em morrer para a vida antiga e criar uma vida nova, com mais prazer e
possibilidades. Que tal o recurso da análise? Nela você poderá “morrer” para
aquilo tudo que não te serve nem te favorece e aprender a desenvolver novos
recursos para lidar com sua vida de maneira mais eficiente. É você quem vai
escolher o que vai fazer com a sua vida. Já está na hora de aprender isso.
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