Uma parábola indiana nos conta sobre
um homem simplório que andava à esmo, meio perdido, até entrar num bosque
sagrado onde havia uma árvore que concedia todos os desejos. Sem saber deste
fato, o homem acabou descansando embaixo desta árvore. Sentiu fome e imaginou
como seria bom se comida caísse do céu. Foi só desejar que a árvore fez com que
várias e fartas comidas despencassem sobre ele. Ele, como era de esperar, ficou
maravilhado com sua boa sorte e pensou então que seria bom se chovesse muito
dinheiro. Mais uma vez seu desejo foi atendido e ele ficou eufórico. Contudo,
ele desconfiou que tudo isso não poderia ser verdade porque era bom demais e
temeu que demônios estivessem brincando com ele. Rapidamente demônios surgiram
em sua frente caçoando e zombando. Ele ficou com muito medo e pensou então que
ia ser assassinado. E ele acabou assassinado.
Essa história mostra muito bem o
quanto não cuidar de nossa mente pode nos ser perigoso. Quantas pessoas até
estão se desenvolvendo, conquistando muitas coisas boas em suas vidas, mas
ficam com tanto medo e desconfiança sobre o que há de bom que começam a decair?
Temem ser felizes. Aliás, felicidade é algo que todos querem, mais desejam, mas
também que menos acreditam. É muito mais fácil acreditar na infelicidade que na
felicidade.
Estar mal, num estado de mente
lastimável, sempre reclamando é muito bem aceito e de fácil conquista, mas
viver bem nos causa estranheza. Sentimos que não temos o direito de ser feliz,
que é quase um pecado, algo da dimensão do egoísmo. Infelizmente é assim que a
maioria das pessoas funcionam. Sentem-se culpadas da possibilidade de ser feliz
e aceitam com muita mansidão um estado de miséria e pobreza.
Somos educados para temermos a
felicidade e abraçarmos as esmolas da vida. É que gente feliz não é submissa,
questiona muito e nunca aceita qualquer negócio. Gente feliz é capaz de pensar
sobre a vida e escolher melhor como quer viver. O infeliz pode ser enganado com
migalhas facilmente e ele ainda fica agradecido. Quem é feliz só quer o melhor
dos mundos e não aceita esmola. Não teme as adversidades da vida e quem não
teme não pode ser controlado. Muitas das nossas pequenas alegrias ao longo da
vida são esmolas que muitas vezes agarramos e que nos faz deixar de procurar e
criar a verdadeira felicidade e quando algo realmente bom ocorre ainda ficamos
desconfiados e temerosos. Será que vale a pena?
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