No momento em que alguém procura ajuda psicoterapêutica é
porque está sofrendo. Quando a vida se torna um peso e algo muito custoso é
preciso mudanças que melhorem as perspectivas e a forma que se vive. Problemas,
sofrimentos e adversidades todos têm e não há como se livrar disso tudo, mas a forma
como vamos lidar com o que nos acontece pode ser trabalhada para que não
tenhamos que pagar um alto preço que prejudique nossa qualidade de vida. Estar
bem internamente é algo fundamental para vivermos apropriadamente. E por isso
mesmo muita gente acaba procurando ajuda psicoterapêutica.
Apesar de parecer bom algumas pessoas procurarem ajuda
com algum psicoterapeuta isso pode ter um lado negativo. Afinal, nem tudo o
que reluz é ouro como já diz o ditado. O perigo está no próprio psicoterapeuta
e em sua formação. Infelizmente, há profissionais que mais fazem mal que bem e
com isso geram toda uma variedade de prejuízos nocivos.
Um bom profissional da psicanálise e psicologia é aquele
que passa por uma formação extensa que exige muito mais do que apenas cursos e
supervisões. Exige a própria análise pessoal. Sem ela o profissional é um
completo cego, pois terá muitos núcleos dentro de si que não foram analisados a
contento e que o impedirão de lidar de forma satisfatória com seus analisandos.
Como um cego pode conduzir outro? Não dá, senão corre-se o risco de ambos
caírem.
Um profissional que não conta com sua experiência pessoal
de análise pode prejudicar o analisando alimentando sua patologia ao invés de
ajudar a pensar sobre ela. Há pacientes que ficam piores ao longo de suas
terapias e que se tornam, por exemplo, mais narcísicos e vaidosos ou mais intolerantes e
fazendo uso frequente de diversas defesas que embotam a vida. Nesses casos a
psicoterapia tornou-se um vínculo patológico e não algo a favor do crescimento
e desenvolvimento. Vemos que a relação psicoterapêutica pode ter
uma natureza nociva também, dependendo da dupla que se forma entre analista e
analisando.
Ao contrário do que muitos acreditam nem toda
psicoterapia é benéfica. É importante que se veja qual o vínculo predominante
entre um analista e um analisando. Pode até haver boas intenções, porém
recorrendo a outro antigo e verdadeiro ditado popular: o inferno está repleto
de boas intenções. Não é porque duas pessoas se encontram num consultório com
regularidade que algo bom está acontecendo. Pode estar ocorrendo apenas enganos
e prejuízos.
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