Ao longo da vida tive vários namorados. Me sentia
satisfeita sexualmente com a maioria deles. Sou casada há 10 anos e tenho
filhos. Amo muito meu marido. Entretanto, ele não me satisfaz no sexo quando o
assunto é a penetração. O pênis dele é muito pequeno e nunca me senti
preenchida. O amor falou mais alto e achei que superaria esta questão. Então
acabei namorando e casando. Apesar de estar feliz com ele em vários aspectos a
insatisfação sexual me incomodava e este sentimento ficou grande. Faço academia
há algum tempo e há dois anos estou ficando com meu personal. Ele me faz sentir
feliz na cama. Como estou feliz hoje! Minha relação com meu marido, que já era
boa, melhorou muito. Tenho mais paciência com todos e meu olhar brilha.
Sinto-me viva! Amo muito meu marido e minha família. Amo muito também fazer
sexo com meu amante. Todos dizem que estou radiante. Não sinto culpa por fazer
o que estou fazendo e viveria assim fácil. Mas o que estou fazendo está
correto? A religião diz que é pecado. A sociedade diz que é errado. Como abrir
mão disso tudo se estou me sentindo tão bem? Por que a sociedade tem que ser
assim, cheia de regras? Queria poder continuar fazer o que faço, mas ao mesmo
tempo não queria que minha felicidade causasse danos a outras pessoas. Não
tenho como contar isso ao meu marido. Ele sofreria e se separaria de mim. Não
quero vê-lo sofrer e quero o amor dele. Quero que seja meu companheiro até que
a morte nos separe. Só não quero abrir mão de minha satisfação sexual. O que
faço?
Você vive como muitos homens viveram
e vivem. Você consegue, ao que parece, separar o amor do sexo. Sempre foi mais
fácil para os homens fazer essa separação, muito pela própria cultura, e sempre
foi vedado às mulheres esse tipo de vida. A culpa você não carrega (e nem
precisaria) mas se preocupa com o que os outros dizem e impõe.
Como deveria ser um casamento? Será
que há uma única resposta certa para essa questão? Há vários tipos de
casamentos e cabe a cada casal descobrir o que funciona para eles. Sim, porque
na realidade o casamento não é aquela coisa bonitinha e idílica que todos
insistem em vender, mas é algo bem mais complexo e sem definições claramente nítidas.
Claro que o que você vive pode te trazer
problemas, mas só você mesma poderá decidir se deve arriscar esses problemas ou
não. O que você sabe é que sente que não pode abrir mão do prazer sexual que é muito
importante para a qualidade de vida nem pode abrir mão do marido que ama e te
faz bem. Como pode ver não é mesmo uma situação que possui resposta pronta e fácil.
Depende muito do que você pode arriscar perder.
A vida não é mesmo fácil e como
sempre costumo dizer ela não vem com manual de instrução. A gente precisa aprender
a viver, a escolher. Algumas coisas podemos abrir mão enquanto outras não e não
há um guia que indique quais são essas coisas porque a vida é individual e intransferível.
Cabe a cada um aprender como pode viver. A moral e a religião até têm seus
lados positivos e úteis, mas em muitos aspectos qualquer teoria do que é certo
ou errado está mais a serviço de se encontrar uma resposta mágica e universal
do que incentivar cada um a descobrir os próprios caminhos.
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