Me sinto o homem mais azarado do mundo. Estava
numa grande empresa e prestes a ser promovido para um cargo melhor e mais bem
remunerado quando por acaso me envolvi sexualmente com a mulher do meu chefe e
ele descobriu e é claro que fui demitido. Outra vez estava indo bem numa outra empresa
quando tive a chance de ser chefe de um projeto que sempre foi meu sonho, mas
devido a uma briga feia que tive com um colega de trabalho por causa de
divergências no esporte meu projeto foi reconsiderado e não obtive essa chance.
Fico sempre no mesmo lugar profissionalmente, sem crescer. Não sei o que me
acontece e o que faz outros terem sucesso onde eu só fracasso. Deve ser muito
azar mesmo. O que faço para mudar tanto azar?
Você explica o que te acontece
concluindo que se trata de azar, ou seja, algo independente de você mesmo.
Talvez acreditar no destino azarado seja mesmo mais cômodo e te traga alívio.
Afinal, pensar em outra coisa que não seja o azar pode ser muito
desconfortável.
O azar é uma bela desculpa que você
arranja para evitar refletir sobre a sua responsabilidade em sua vida. Você
fala como se todos esses eventos lhe tivessem acontecido de forma gratuita,
como se você nada tivesse a ver com eles. Entretanto, se olharmos mais
atentamente podemos enxergar que você os escolheu e os criou.
Freud, criador da psicanálise, percebeu
em muitas pessoas algo como medo do próprio sucesso. Parece estranho isso, mas
a mente funciona de formas muito diferentes do mundo lógico e possui sua
própria lógica e regras. Na consciência uma dada pessoa pode almejar o sucesso
e conquistas trabalhando duro para chegar a tudo o que deseja, mas
inconscientemente essa pessoa pode estar trabalhando para evitar o sucesso. Nos
dois casos você mesmo puxou o próprio tapete e não foi apenas coincidência.
Quando coisas assim se repetem não se trata de mera coincidência, porém de algo
inconsciente.
No primeiro exemplo você, entre todas
as mulheres disponíveis no mundo, se envolveu com a que não podia. Por que será
que fez isso? Parece-me muito autodestrutivo. No segundo caso será que a briga
não poderia ter sido evitada? Principalmente quando havia tanta coisa em jogo?
A pergunta é: qual foi a sua responsabilidade em tudo o que te aconteceu?
Hoje você cria o caminho para o
sucesso, mas o joga fora quando está para ser concretizado. O medo é de ter
sucesso e vai precisar descobrir porque faz isso consigo para poder ser
diferente e mais favorável a si próprio. Precisa do saber que a análise pode te
proporcionar, o saber de entender a própria mente e abrir mão da destrutividade.
Que tal agora empreender sua análise e não sabotá-la?
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