Uma antiga parábola oriental conta sobre um grande mestre
que vivia bem modestamente numa casa afastada. Uma bela noite um ladrão
resolveu verificar se haveria algo de valor a ser roubado. Chegando lá, depois de
toda uma grande e difícil caminhada viu que não havia nada de valor, mas o
mestre se apiedou dele e tirou a própria roupa que vestia e disse: “Você se empenhou tanto em vir aqui que não
vou permitir que vá embora de mãos abanando. Tome minhas roupas e as leve com
você.” O ladrão assustado saiu correndo para longe desse mestre enquanto
este se deitava nu no campo aberto admirando a lua enquanto pensava Pobre sujeito! Queria tanto dar a ele essa
lua!
Obviamente não
precisamos entender a história acima como um convite ou leniência com ladrões e
roubos, mas como há coisas no nosso mundo interno que não são possíveis de ser
roubadas ou perdidas. Nossa paz de espírito, tranquilidade e bem estar são
objetos imateriais e que possuem outra natureza que os impedem serem tratados
da mesma maneira que objetos concretos.
O mestre querer dar a lua nada mais é do que dar um
estado de mente que permite viver de forma mais eficiente e prazerosa. No
entanto isso não é um objeto físico que pode ser dado, porém pode ser apenas
conquistado através do desenvolvimento da mente. O mestre, materialmente, era
até mais pobre que o ladrão, mas sua subjetividade experimentava uma riqueza e
fortuna totalmente desconhecida pelo ladrão que era de fato aquele que era
pobre. Quando não conseguimos aproveitar a vida somos pobres.
A maior riqueza que existe é a da mente. Não serei
hipócrita e dizer que dinheiro não é importante. Claro que é. O dinheiro é uma
realidade da vida que precisamos lidar. Ele nos dá conforto, segurança,
educação acadêmica e uma série de outros fatores que tornam viver melhor. Sem
dinheiro nem comeríamos. No entanto, há muitos tipos de fortunas que precisamos
conhecer e conquistar. E o melhor de tudo é que esse tipo de riqueza não tem como
nos ser tirada e nem é corroída pela inflação. É incorruptível!
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