Há vários artigos na internet falando de pessoas
assexuadas e sem libido. Isso é um engano porque não há como existir pessoas
assim. O que há são pessoas que não se ligam ao sexo, mas uma coisa é
sexualidade e outra é sexo. O termo libido é bastante usado em psicanálise e
não tem ligação exclusiva com impulsos sexuais, mas é uma energia que move e
impulsiona a mente e nossa relação com a vida.
Sonhos, fantasias, ideias e pensamentos têm como
combustível a libido, que bota a mente em funcionamento, seja este funcionamento
sexual ou não. Sim, pois pode haver libido que nada tem a ver com o sexo
biológico, como o que impulsiona os sentimentos religiosos, por exemplo. Entretanto,
Freud não escolheu esse termo (libido) à toa. Para ele há todo um sentido em
chamar essa energia de libido.
A libido não é necessariamente ligada à sexo, mas também
não é uma energia sem forma. A natureza da libido é sexual, de um jeito muito
primitivo. Ela existe como algo inicialmente faminto por relações e emoções
ligado aos prazeres corporais. Então essa energia não é assexuada, mas sexuada,
pois quer contatos corporais, anseia por satisfações e correspondências de um
modo bastante rudimentar e brusco. É tal qual uma paixão infantil, que quer
amar e ser amada intensamente, criando o enamoramento. Freud apresenta assim a
nossa natureza. Ele não afirma que temos o sexo na cabeça a toda a hora, mas
que através dos prazeres corporais procuramos enamoramentos sensuais que vão se
modificando ao longo da vida das mais variadas formas. Essa visão de libido foi
uma das principais razões de rompimento entre Freud e Jung.
Para a psicanálise, todo ódio e alegria, felicidade e
tristeza, gentileza, delicadeza e rancores têm origem na maneira que a libido é
vivida no início da vida. Ao longo dos anos a libido passa por inúmeras
transformações que vão formando a pessoa que somos. Assim podem existir pessoas
com uma libido transformada em sentimentos religiosos, artísticas ou outras diferentes
formas de expressão. Isso não implica que os impulsos sexuais tenham sumido ou
morrido, mas transformados. Agora, o que não existe é pessoa sem libido, pois
esta estaria morta e inerte e não procuraria se ligar a nada na vida.
Interessante:"Para a psicanálise, todo ódio e alegria, felicidade e tristeza, gentileza, delicadeza e rancores têm origem na maneira que a libido é vivida no início da vida."
ResponderExcluirMuito bom parabéns excelente trabalho ótimas dicas
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