Há inúmeras pessoas que estão sempre atrás de objetos
mágicos que vão, milagrosamente, resolver suas vidas e trazer felicidade sem
fim. Seja um namorado(a), seja fama ou fortuna, seja um filho ou até mesmo
poder por si só, os objetos mágicos podem ser qualquer coisa que se encontra
externamente. O objeto mágico para a psicanálise chama-se objeto idealizado.
Tudo aquilo que é idealizado foi investido afetivamente e
serve para lidarmos com a sensação de desamparo que todos sentimos. No
sentimento de desamparo nos sentimos pequenos e insignificantes bem como
impotentes para enfrentar a vida e suas adversidades. Acreditamos, como
crianças, que se tivéssemos isso ou aquilo ou até se fossemos assim ou assado,
nos livraríamos do desamparo. Pegamos uma ideia do que achamos que seria a
solução e a investimos maciçamente. O problema é que o objeto idealizado é uma
ilusão.
A criança lida com a vida criando ilusões que mitigam seu
sofrimento. São os super heróis ou armas mágicas e poderosas que passam a ser
desejadas como forma de fazer frente à dor da vida. Com o tempo, e se tudo for favorável,
os objetos idealizados vão perdendo espaço e a mente vai tendo mais presença. A
mente não é mágica, mas é o melhor recurso que dispomos. E quanto mais
amadurecemos mais nossa mente torna-se nosso bem mais precioso. Não
necessitamos dos objetos idealizados porque contamos com algo mais verdadeiro.
Todavia, nem sempre crescemos apropriadamente e os
objetos idealizados persistem no nosso psiquismo. Contudo, ao invés de heróis e
objetos mágicos colocamos no lugar “coisas de adultos” como fama, dinheiro,
poder, paixão, etc. Claro que todas essas coisas são vitais para a
sobrevivência, porém quando elas passam a ser buscadas como se fosse tudo o que
importasse elas tornaram-se idealizadas e por isso mesmo ilusórias. O que mais
há é gente perseguindo ilusões e perdendo tempo considerável. Em vez de se
desenvolver continuam como crianças buscando mágicas alucinatórias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário