segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Artesanato da Mente




            O filósofo e escritor americano Ralph Waldo Emerson tem uma frase interessante: Para a mente desbotada tudo o que é visto fica sem graça, mas para a mente iluminada o mundo queima como centenas de centelhas de luz. Numa perspectiva mais pessoal podemos dizer que o mundo pode ser sentido ou como algo ruim e desabonador ou como um manancial de possibilidades para nos encantarmos.
            Como será que nos relacionamos com o mundo, com as pessoas à nossa volta, com nossos trabalhos e com nossas adversidades? Como assimilamos o que nos acontece? Ser capaz de refletir sobre essas questões é fundamental para compreendermos como vivemos e que uso fazemos da mente. Ter uma mente e não usá-la é como possuir um tesouro e não utilizá-lo para o nosso bem estar.
            Há inúmeras pessoas que vivem com grande dificuldade. Para elas a vida é pesada e uma fonte de aborrecimentos sem conta. Vivem se lamentando de tudo e de todos e não se permitem desenvolver um olhar mais curioso e generoso para com o mundo. Tornam-se amargas e creem que a vida é injusta e que não lhes deu nada de bom, só encrencas. A vida fica insípida e sem cor alguma. Para gente assim nada, por melhor que seja, é percebido e sentido como algo bom e só existe custos e fardos. Quem não conhece alguém que vive (sobrevive) assim?
            A solução é então abraçar o otimismo e vibrar por tudo? Quem dera pudesse ser fácil assim! O otimismo não é apenas uma questão de enfoque, bastando olhar para o outro lado e pronto! É necessário desenvolver uma mente. Para os orientais, por exemplo, seria necessário atingir a iluminação. Mas como fazemos isso? Um destes caminhos é análise. A psicanálise propõe ao sujeito se conhecer, entender as suas razões, no que se repete e que cria o adoecimento, para enfim  a abrir mão da repetição para se reinventar.
            Estar em análise e desenvolver uma mente é um processo que demanda tempo e paciência, como um trabalho artesanal. Nesse processo aprendemos a usar nossos recursos bem como potencializar aqueles já existentes. Passo a passo vamos criando um novo olhar para a vida e aprendemos a ver o que antes parecia obscuro. Botamos tempero e cor para tornarmos a vida prazerosa. Isso não implica e não existir mais dificuldades, mas em lidar com elas de maneira eficiente. Ficamos iluminados.

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