O filósofo e escritor
americano Ralph Waldo Emerson tem uma frase interessante: Para a mente desbotada tudo o que é visto fica sem graça, mas para a
mente iluminada o mundo queima como centenas de centelhas de luz. Numa
perspectiva mais pessoal podemos dizer que o mundo pode ser sentido ou como
algo ruim e desabonador ou como um manancial de possibilidades para nos
encantarmos.
Como será que nos relacionamos com o mundo, com as
pessoas à nossa volta, com nossos trabalhos e com nossas adversidades? Como
assimilamos o que nos acontece? Ser capaz de refletir sobre essas questões é
fundamental para compreendermos como vivemos e que uso fazemos da mente. Ter
uma mente e não usá-la é como possuir um tesouro e não utilizá-lo para o nosso
bem estar.
Há inúmeras pessoas que vivem com grande dificuldade.
Para elas a vida é pesada e uma fonte de aborrecimentos sem conta. Vivem se
lamentando de tudo e de todos e não se permitem desenvolver um olhar mais
curioso e generoso para com o mundo. Tornam-se amargas e creem que a vida é
injusta e que não lhes deu nada de bom, só encrencas. A vida fica insípida e
sem cor alguma. Para gente assim nada, por melhor que seja, é percebido e
sentido como algo bom e só existe custos e fardos. Quem não conhece alguém que
vive (sobrevive) assim?
A solução é então abraçar o otimismo e vibrar por tudo?
Quem dera pudesse ser fácil assim! O otimismo não é apenas uma questão de
enfoque, bastando olhar para o outro lado e pronto! É necessário desenvolver uma
mente. Para os orientais, por exemplo, seria necessário atingir a iluminação.
Mas como fazemos isso? Um destes caminhos é análise. A psicanálise propõe ao
sujeito se conhecer, entender as suas razões, no que se repete e que cria o
adoecimento, para enfim a abrir mão da
repetição para se reinventar.
Estar em análise e desenvolver uma mente é um processo
que demanda tempo e paciência, como um trabalho artesanal. Nesse processo
aprendemos a usar nossos recursos bem como potencializar aqueles já existentes.
Passo a passo vamos criando um novo olhar para a vida e aprendemos a ver o que
antes parecia obscuro. Botamos tempero e cor para tornarmos a vida prazerosa.
Isso não implica e não existir mais dificuldades, mas em lidar com elas de
maneira eficiente. Ficamos iluminados.
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