“Todos podemos voar, mas para isso temos que abrir mão do casulo” (Provérbio Oriental)
Carregamos tanto peso na vida, fardos que não são necessários.
Nossas teorias de como a vida funciona, nossas fantasias sobre como a vida
deveria ser, a confusão que fazemos entre o que se passa dentro de nós e a
realidade externa que acabamos vivendo tudo isso como âncoras que nos deixam
para baixo. Viver assim é não saber viver.
Há pessoas que antes mesmo de viver uma dada situação já
imaginam como vai ser, já possuem uma certeza (falsa) de como as coisas se
darão e por conseguinte se angustiam prematuramente. Lidam com as ansiedades
como se as coisas que temem já tivessem acontecido. Com isso se desperdiçam e
carregam falsa ideias sobre a vida.
A possibilidade de viver bem, com mais dignidade e
qualidade, está ao nosso alcance. Para isso se faz necessário nos livrarmos das
ideias pré-concebidas que insistimos em carregar e que em nada nos ajuda. Muito
pelo contrário, só nos atrapalha. Mas por que é tão difícil largar essas
fantasias e teorias que criamos e levamos conosco?
Provavelmente tem a ver que preferimos ficar no
conhecido. Quando vamos para uma situação nova com a mente insaturada, ou seja,
aberta e acolhedora para o que vai de fato acontecer ficamos receosos e
desejamos nos apegar a algo já conhecido. Daí que nossas teorias e certezas,
mesmo que falsas, nos dão certa sensação de segurança. O funcionamento humano é
mesmo contraditório, porque sabemos, algumas vezes, que aquilo que conhecemos
não vai nos ajudar, mas mesmo assim o medo vence e nos colocamos perante novas
vivências com a mente saturada de teorias e ideias que parecem vão nos
assegurar. Suportar manter um estado de mente insaturado para aprender com as novas
experiências é vital. Isso nos faz crescer e amadurecer. Entretanto, criar e
cuidar desse estado de mente é trabalhoso e exigente. Precisamos aprender a
viver e parar de empurrar a vida com a barriga. Podemos voar, mas precisamos
sair do conhecido.
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