Há uma antiga história que conta que um grupo de ex
alunos de um velho mestre foi visitá-lo. Lá, todos reunidos, a conversa começou
a ir para as reclamações. Uns diziam que a vida ia mal porque podiam estar
ganhando melhor, outros se lamentavam que não eram devidamente reconhecidos,
etc. O mestre só ouvia e nada falava. Após algum tempo o mestre fez café e
colocou vários tipos de xícaras para os alunos se servirem. Algumas eram caras
e raras, enquanto outras eram banais e de plástico. Os alunos se utilizaram das
mais valiosas e o mestre por fim disse: Vocês
todos estão tomando o mesmo café, o mesmo gosto, mas cada um de vocês está
olhando a xícara dos outros e avaliando quem está com a melhor. Por isso mesmo
não conseguem saborear o café porque não sabem saborear o que importa e se
preocupam com o que não é importante.
Essas histórias, quando
bem assimiladas, sempre nos trazem verdades importantes. Se o café puder ser
entendido como a vida, como será que estamos saboreando a vida? Com isso não
quero dizer que não podemos ter lá nossos luxos ou que não podemos aproveitar e
nos interessar por bens materiais, mas contanto que não percamos nunca de vista que
o mais importante é aproveitar as experiências de vida.
Reclamamos muito e com muita frequência sobre inúmeras
coisas: nosso trabalho, nossos relacionamentos, nossos problemas financeiros,
nossas raivas e ódios, mas poucas vezes paramos para saborear as coisas boas
que temos e vivemos. Se nossos olhos estão sempre procurando o que nos falta
não sobra mesmo tempo e espaço para aproveitar o que se tem.
Infelizmente as xícaras acabam, para muitos indivíduos,
sendo mais valiosas que a bebida que tomam (vida). Porém, não é a xícara que
fornece o sabor e compreender isso é fundamental. Quem não aprende isso jamais conseguirá ser
grato para com a vida, mas sempre se lamentará por causa de qualquer
adversidade, mesmo que esta não seja tão importante assim no fim das contas.
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