Uma notícia me chamou a atenção para algo muito
importante que vem acontecendo. Um garoto de apenas onze anos já é pai devido
uma relação sexual com uma menina de treze anos. Essas duas crianças são pais biológicos
de um bebê. Acredita-se que eles vivem a sexualidade precoce, mas talvez não
seja tão simples assim.
Um dia ouvi de uma diretora de escola que eles não
precisavam de palestras sobre educação sexual porque os jovens já sabiam tudo
sobre sexualidade, até mais do que ela mesma. Realmente acredito que os jovens
saibam de muitas coisas mesmo, mas o que sabem nada tem a ver com a sexualidade
de fato, mas apenas com a mecânica do ato sexual. Porque há uma diferença entre
viver a sexualidade, poder pensar sobre ela e simplesmente transar por aí.
Cada vez mais cedo os jovens fazem uso do sexo. Transam
com todos, de todos os jeitos, sem ligar para doenças e perigos que uma vida
sexual embute e nem ao menos se dão conta do que é uma sexualidade. Seus corpos
reagem a estímulos, buscam o prazer e o alívio de tensões, mas são incapazes de
poder lidar com a sexualidade já que não têm maturidade para isso. Em outras
palavras, possuem sexo mas não a representação da sexualidade.
O que a diretora da escola não entendeu é que esses
jovens estão perdidos numa ditadura do prazer. O que procuram na sexualidade
tem a ver com descarga de impulsos biológicos, mas nada a ver com o vivenciar
uma relação e um contato com o outro e consigo mesmo. Essa dimensão da
sexualidade está inacessível a esses pequenos que são bombardeados sobre as
delícias do sexo, porém nada são preparados para enfrentar os problemas e
demandas que uma vida sexual exige.
Obviamente que esse dois jovens: a menina de treze e o
menino de onze não têm a menor capacidade de serem pais. Afinal, eles nem mesmo
sabem o que é ser casal, nem sabem o que é responsabilidade. São crianças que
geram crianças. Ocorre que crianças necessitam de adultos para cuidar delas,
pois crianças não cuidam de crianças. Onde será que estão os adultos na nossa
sociedade? Talvez ainda sejam crianças, com medo de crescer e assumir
responsabilidades. Esses “adultos” estão por toda a parte, com diversas idades
cronológicas, buscando desesperadamente o prazer, mas sem capacidade para tolerar
o que é de fato uma vida adulta.
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