“Não há nada em uma lagarta que lhe diga que ela se transformará em uma borboleta” (Margaret Fuller)
Com
esse pensamento acima podemos aprender algo de extrema importância que tem a
ver com o quanto não devemos julgar. Quem julga trata-se de uma pessoa arrogante,
que crê ter certeza das coisas e não se permite observar e aprender com o que
observa. A pessoa arrogante é alguém com baixa autoestima, pois se cerca de
certezas (ilusões) e falsos valores como forma de não ter que se deparar com
aquilo que não sabe. Quanto mais um indivíduo resiste em acolher seu próprio
não saber mais vai desenvolver uma arrogância como mecanismo de defesa.
Uma
pessoa sem autoestima verdadeira se agarra à vaidade que é totalmente diferente
e contrária a um verdadeiro gostar de si mesmo. Parece que alguém vaidoso gosta
de si, mas isso não é verdade. O que acontece é que uma pessoa vaidosa se dá
uma importância extrema como forma de se proteger de sentimentos
autodepreciativos e intensamente julgadores e condenatórios. Adota-se então uma
posição de vaidade, como se esta revestisse quem a sente com um manto protetor
que permanece imune aos julgamentos e condenações.
Ocorre
que a pessoa arrogante, que faz uso maciço da onipotência, está sempre na corda
bamba, sempre correndo o risco de ser arrasada pelos próprios julgamentos e
preconceitos. Por mais que a vaidade sustente uma certa posição (ilusória) de
imunidade, não dura muito e essa pessoa então vê como recurso projetar fora de
si os mesmos julgamentos e preconceitos a que se sentia submetida. Passa daí a
julgar o outro e trata-lo como objeto. O outro, para os vaidosos, não são mais
vistos como pessoas, mas como coisas.
O maior problema de se ficar preso a uma posição de se julgar os outros é que isso impede o estabelecimento e a formação de relações verdadeiras e humanas. Os relacionamentos tornam-se "coisificados" e desprovidos de qualquer possibilidade de um contato real. O arrogante sempre precisa fazer uso do outro, afinal em quem vai derramar os ímpetos condenatórios? Se fazemos uso do outro não temos como construir laços humanos que enriqueçam. Essas pessoas jamais conseguem entender que uma lagarta pode virar outra coisa que eles jamais sonharam. Estão tão presas aos seus preconceitos que tornam-se cegas para as transformações que a vida proporciona.
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