Quando pensamos em luxo logo
imaginamos mansões, carros potentes, viagens de primeira classe, acúmulos de
objetos caros e muitas outras exclusividades. Evidentemente certas regalias são
ótimas e facilitam nossas vidas. Outras regalias, entretanto, servem apenas
para alimentar nossa vaidade e nos dar a falsa ideia de que não somos seres
humanos como qualquer outro, como se fossemos especiais.
Por mais que alguém viva rodeado de
luxos esse alguém ainda assim será um humano. E como tal terá que lidar com
frustrações, dores e inúmeros outros conflitos que a vida sempre fornece a
qualquer um. Nenhum objeto externo por mais luxuoso que seja tem o poder de
mudar a natureza humana e os problemas dela. No entanto, o maior luxo que existe
e que todos devemos almejar é viver bem. Nada é mais luxuoso e valioso do que
saber viver bem.
Por viver bem me refiro a lidar com
a vida de maneira eficiente, sem tantos pesos e sofrimentos desnecessários.
Várias pessoas pagam um preço alto demais por determinados luxos que no fim não
trazem satisfação verdadeira e se esquecem de dar valor às coisas simples da
vida que são as que mais importam. Muitos relacionamentos entre cônjuges, pais
e filhos, amigos ficam pobres debaixo de tantos luxos ou de tanta insistência
por luxos que o mais vital, a presença franca e o ombro solidário, ficam de
lado deixando todos infelizes. As pessoas ainda não compreenderam o que é
riqueza de fato e trocam valores internos por objetos comprados no mercado.
Já aquele que se permite valorizar o
que realmente importa e se desapegar dos objetos externos vistos como boias
salvadoras pode abrir espaço para experiências de vida que enriquecem e
desenvolvem o que há de melhor dentro de si. Até porque luxo de verdade não
está na dimensão do ter, mas na dimensão do ser. O mundo seria bem diferente se
procurássemos esse tipo de vida luxuosa.
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