Alguém
uma vez perguntou a Buda quem havia sido na vida anterior e quem seria na vida
futura, referindo-se à reencarnação. Buda tranquilamente respondeu que se esse
alguém quisesse saber quem havia sido era só olhar para si agora e se queria
saber quem viria a ser era só olhar para si agora. Uma ótima resposta, pois
Buda ensinou o que realmente importa e focou no tempo em que podemos realmente
fazer algo: o tempo presente.
O
tempo passado já se foi. Claro que deixa muitas marcas e muitas delas são
bastante dolorosas e difíceis. Todos temos um passado que nos influencia seja
para o bem ou para o mal. É impossível se livrar da nossa história e, aliás,
nem deveríamos. Nossas experiências passadas, quando bem elaboradas, nos
fortalecem e nos deixam mais serenos perante futuras dificuldades. Obviamente,
para isso acontecer faz-se necessário uma posição ativa que permita se pensar
sobre as experiências. Não é simplesmente se entregar ao passado de maneira
passiva, mas usar das experiências como alimento para um enriquecimento.
Infelizmente, isso é mais fácil falado do que realmente vivido, porque há
inúmeras pessoas que fazem do passado o seu tempo presente. Negam o presente e
vivem uma repetição sem fim do que já aconteceu. O problema é que quem se apega
ao passado não se disponibiliza para viver o presente.
Já
outras pessoas vivem sempre um tempo que não existe: o futuro. Na verdade essas
pessoas são apegadas às ilusões. Imaginam o próprio futuro de uma forma ou
outra, quando estão de fato apenas alucinando e levando as alucinações a sério,
como se se tratassem de coisas reais. Apegar-se às alucinações é uma
maneira de fugir do presente, de evitar a realidade do aqui e agora para se
entregar a um desejo (futuro) pelo qual nada tem que fazer, mas que apenas
sonham de forma estéril. Entretanto, seja o futuro ou o passado, esses tempos
não têm como ser vividos.
O
presente, por sua vez, é o único que pode ser utilizado. Nele podemos pensar
sobre o que já nos aconteceu, tirar lições valiosas e mudar o que precisa para
que, na frente, não soframos mais do mesmo jeito. Só podemos trabalhar e mudar
o presente, já que o passado não se muda e o futuro depende do que fazemos
agora. Tantas pessoas se perdem em tempos em que não há nada a ser feito e
outras vão ainda mais longe preocupando-se com vidas passadas e futuras,
esquecendo-se de investir no único tempo possível. Viver no presente parece
simples, mas é uma arte que precisa ser desenvolvida continuamente.
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