Uma
das melhores maneiras de percebermos como vamos indo na vida (se estamos sendo
bons conosco mesmo, se crescemos e nos desenvolvemos) é uma boa autorreflexão.
Esta é tomar consciência do que fazemos conosco para avaliarmos a forma com que
a gente se relaciona com a vida e com os outros. Com uma autorreflexão
apropriada podemos identificar nossos empecilhos e fortalecer aquilo que nos
leva a nos desenvolver. Sem uma autoconsciência é impossível viver bem.
Quando
tomamos consciência do que fazemos conosco podemos compreender onde falhamos e
acertamos, temos a chance de diferenciar entre aquilo que nos faz bem daquilo
que só nos deixa longe de nossas verdadeiras potencialidades. Em todas as
religiões há o convite para os fieis empreenderem uma autorreflexão como forma
de se aperfeiçoarem, entendendo a religião aqui, é claro, não como doutrina infalível
e exclusiva, mas como uma forma de se ligar ao mundo e a si mesmo. A filosofia
e as várias modalidades de psicoterapia têm também como objetivo criar a possibilidade
de uma autorreflexão.
Sem
uma consciência mais apurada de si mesmo é muito fácil se perder e se enganar.
Ás vezes, por exemplo, achamos que estamos sendo motivadores conosco quando na
verdade estamos sendo apenas cruéis. Em outras acreditamos que estamos
totalmente certos em alguma determinada questão, mas no fundo estamos cegos
frente a outros pontos de vistas bem mais favoráveis.
O
grande problema com uma autorreflexão, contudo, é tomar cuidado para não cair
numa armadilha. Frequentemente quando vamos identificando nossas falhas podemos
cair no sentimento de culpa, o que nunca é um bom negócio. Tomar consciência
das nossas faltas deve ser, acima de tudo, um convite ao crescimento e não um
exercício de autotortura. Infelizmente muitas pessoas não percebem que estão
usando de uma falsa autorreflexão para se afundarem e desvalorizarem a si
mesmas. A autorreflexão verdadeira e apropriada jamais deve servir para esses
fins, pois isso conduz ao desespero e ao masoquismo e é completamente inútil. A
autorreflexão deve sempre estar nos ajudando a crescer. Daí existir a figura do
analista que é como um guia que ajuda o analisando a não se perder quando
empreende uma autorreflexão.
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