Acho que sou egoísta.
Tenho roupas que não uso já faz anos e que não consigo doar. Só de pensar eu
fico com as pernas tremendo e não sei explicar por que. Sempre penso em doar
para quem precisa e sei que não vou usar mesmo, mas mesmo assim não consigo. Há
também, na minha casa, coisas que não utilizo e que não vou utilizar nunca e
mesmo sabendo disso não sei doar. O problema é que me sinto mal e culpada.
Queria ser mais doadora, mais leve e tranquila. Não queria sentir culpa de ser
assim. Será que é egoísmo? O que devo fazer?
Você me diz que se sente culpada de
ser como é e de que é uma pessoa que não consegue doar. Queria ser mais leve e
tranquila, talvez diga isso porque se sente pesada e preocupada. Agora, o que
se faz necessário é entender a razão desse peso e preocupação e porque você se
encontra apegada a eles.
Apesar de você ter falado de
atitudes externas (não conseguir doar) e de objetos concretos (roupas e
utensílios domésticos) você está na verdade se referindo a alguma outra coisa
que se encontra no seu mundo interno. Em outras palavras, é da sua mente e de
como você se relaciona consigo e com o mundo que você está falando. Você age
inconscientemente, atuando de forma contrária ao que você gostaria. É isso que
precisa buscar entender.
A sua culpa pode ter uma ligação com
a maneira que você vive consigo mesma. Em algum recanto de sua mente você sabe
que poderia ter outro tipo de vida que fosse muito mais coerente com o que você
deseja e que lhe seria melhor, que lhe seria muito mais proveitoso, mas algo te
impede. Hoje você sabe que você não é quem poderia na realidade ser. Se
encontra limitada e faz-se vital aprender a saber como se utilizar de maneira favorável.
Os utensílios e roupas que você não usa são apenas as representações dos recursos
internos que você não utiliza para o seu próprio crescimento. A culpa,
provavelmente, nasce daí, de um desperdício de seus recursos.
Entretanto, você não precisa viver
assim, se desperdiçando e não sabendo como se utilizar para ser mais eficiente
em viver a sua vida. O que lhe falta é dar um sentido para o que você faz, para
esse impedimento que você se coloca. Isso pode ser conseguido à medida que
compreender mais sobre si mesma e entender ao que você responde e repete quando
se coloca de uma maneira que fica estagnada. Ou seja, precisa decifrar o seu
inconsciente e esse processo pode ser conseguido numa análise. O egoísmo que
lhe acomete é o de não conseguir doar para si mesma e poderia doar para si
novas oportunidades que viessem a te enriquecer de fato. O primeiro passo, se
indagar sobre o que você faz consigo, já foi dado. Que tal agora dar o segundo
e se doar verdadeiramente na sua análise?
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