Tenho um filho pequeno e
que amo muito. Ele tem 7 anos e morro de medo que algo lhe aconteça. Ele é tudo
na minha vida e só de pensar que algo ruim pudesse lhe acontecer eu fico em
pânico. É tanto amor que chega a doer. Ele hoje está obeso, bem acima do que o
médico pediatra recomenda, mas eu prefiro que ele fique mais forte do que
fraco. Minhas irmãs acham que eu o estou estragando e o mimando, mas elas nunca
tiveram filhos, então não sabem o que se passa no coração de uma mãe. Mesmo
assim eu penso que o medo que tenho de meu filho se machucar ou coisa pior está
aumentando e me tirando o sono. Não sei mais o que fazer a esse respeito. O que
pode me dizer?
É mais que natural que uma mãe fique
preocupada com o bem estar de seu filho. Afinal, essa preocupação faz parte da
função materna e é justamente esta que permite que o filho se desenvolva com
segurança e cuidado. O problema, entretanto, está quando a preocupação passa a
ser excessiva. Ela deixa, então, de ser preocupação e passa a ser uma obsessão.
E obsessão tem mais a ver com angústias do que de fato com amor.
O que se faz necessário é que você
entenda o que quer dizer com “é tanto
amor que chega a doer”. Amor não deve ser uma constante preocupação e mesmo
que o amor também tenha um lado que pode ser bastante doloroso ele não deve ter
a dor como condição. Provavelmente você fala de outra coisa, de outro
sentimento e não de amor. Com isso, é claro, não quer dizer que você não ame o
seu filho, apenas que algo mais vem se misturando ao seu amor.
Quando algo nocivo se mistura ao
amor pode provocar uma deturpação. Torna-se um amor que perde as suas
características e vira um controle sobre o objeto, ou seja, seu filho ao invés
de ser amado passa a ser controlado. A obesidade dele, por exemplo, pode ser
fruto desse controle seu. Isso é prejudicial, pois transforma algo bom que
deveria ser o amor em algo pesado e complicado. Quando você diz que “ele é tudo
na sua vida” você coloca nele um peso enorme e que pode propiciar futuramente
nele um sentimento de culpa em relação a você. Como isso poderia ser bom? Ao
contrário, isso é receita para infelicidade.
Outra coisa também bem importante
você investigar é que representação esse filho tem para você. Digo isso porque
pela maneira que você fala dele e se coloca, ele tem uma representação
simbólica que ultrapassa a de filho, como se ele te servisse para compensar alguma
falta ou carência. Filhos não servem e jamais devem ser usados para suprir o
que os pais sentem falta. Fazer isso é um exercício egoísta que nada tem a ver
com amor, mas com narcisismo. Se sua relação com seu filho for narcísica você o prejudica e muito! E lembre-se, ser forte e ser obeso não são sinônimos,
são bem distintos. Que tal rever alguns pensamentos?
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