segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O Lado Mau




            Assisti um vídeo de arrepiar, que estava nas redes sociais e que me foi enviado por uma pessoa pedindo para eu falar algo sobre isso, que mostra como a crueldade (agressividade sem contenção) é algo que escancara o que há de pior no ser humano. Neste vídeo aparece um homem que amarrou um gato pelo pescoço e vai jogando-o para seu cachorro pitbull para que este o estraçalhe. O homem não demonstrou o menor constrangimento, pelo contrário, pareceu até mesmo estar gostando do que ocorria. Foi tão cruel a cena que faz pensar como um ser (porque ser humano não é) pode chegar a esse ponto.
            A agressividade está presente em todos nós. Em alguns mais e em outros menos, mas a agressividade não é nem boa e nem má. Ela é apenas uma energia, algo que nos mobiliza, porém o que faz diferença é como essa agressividade será atuada. É a maneira que se a vive que importa. Por exemplo, uma pessoa pode usar da sua pulsão agressiva para ser persistente em algum determinado esporte e profissão e com isso estará vivendo a energia agressiva de uma forma positiva. Neste caso a pessoa utiliza a agressividade para transformação em algo bom e que seja útil para o desenvolvimento e um bem maior. Essa agressividade encontra contenção que é como uma fronteira que delimita até onde pode se ir. Sem essa barreira da contenção a gente ultrapassa o que não se pode e torna-se perverso.
            A perversão se caracteriza pela negação dos limites. Em outras palavras, para o perverso tudo se pode. Respeitar o próximo, seja gente, animal ou até mesmo um objeto, impõe um limite, uma fronteira. Quando fronteiras são negadas há um convite para a transgressão que gera certa dose de prazer de achar que se pode tudo ou de que a única coisa que importa é o próprio prazer. O perverso só se importa com o prazer que é a única coisa que conhece. Agora, uma pessoa que vive deste jeito, só à procura do prazer custe o que for, é alguém doente e em muitos casos simplesmente um criminoso.
            Uma pessoa só pode tornar-se humana quando reconhece que há fronteiras, que há limites que impedem a pior parte das nossas pulsões de se realizarem. Freud dizia que sem repressão não poderia haver civilização. A contenção dos impulsos agressivos é uma forma de repressão, mas que beneficia o desenvolvimento. Afinal, há repressões e repressões e nem todas são prejudiciais. Até mesmo a educação que damos a uma criança tem doses de repressão, porque lhe mostra que se faz necessário desenvolver contenção. Claro que repressão em excesso faz mal. Seria apenas outra forma de violência. Como é difícil andar no meio, de forma equilibrada. Porém, nunca foi tão necessário quanto agora, neste mundo, aprender a se equilibrar.

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