segunda-feira, 18 de abril de 2016

Ler ou Saber Ler?



            Uma breve olhada em qualquer livraria ou lista de livros mais vendidos vai mostrar que no topo está a categoria de autoajuda. O que há de livros que prometem ensinar a felicidade e ficar bem com a vida, com o perdão do trocadilho, não está escrito. Seja mais rico, mais feliz, mais saudável e mesmo assim, com toda essa profusão de livros dedicados à construção do bem estar, as pessoas continuam sofrendo e vivendo como antes, sem nenhuma mudança. O número de pessoas que mudaram suas vidas com essas obras é pouco para não dizer quase nulo. Por que será que é assim?
            Querer estar bem é bem diferente de se dedicar a estar bem. Há pessoas que querem estar bem e pedem pela felicidade, mas o querer delas não é suficiente para as fazerem mudar coisas importantes na maneira que vivem. Querem ser felizes, mas com o mínimo de esforço. Desejam uma vida mais enriquecida, porém não toleram o trabalho que se faz necessário para assim ser. Querem levar, mas não querem pagar nada. Assim fica mesmo impossível que algo de bom possa vir a surgir.
            Muitas pessoas leem tais livros como se só isso bastasse e há pessoas que se enganam pensando que ao comprarem tal ou qual livro compraram a felicidade e que mais nada é preciso fazer. Quanta ignorância! Ler não significa nada e não é isso que vai fazer a vida se alterar para melhor. Mais importante do que ler é desenvolver uma mente que possa pensar sobre o que se lê.
            Quando lemos devemos sempre fazer uma auto avaliação do que aquela leitura nos desperta. A leitura assim como o alimento precisa ser digerida para que possa fazer parte de nós. Só que essa atitude exige trabalho e paciência para que as coisas que aprendemos nas leituras possam fazer sentido, serem entendidas e por fim serem cultivadas. O leitor jamais deve assumir uma posição passiva, mas deve estar ativo. Sem essa mudança na maneira que se lê de nada adiantará e continuará a ser alguém que se engana. A leitura seja de um livro de autoajuda, de um bom romance, de livros religiosos pode ser uma experiência das mais transformadoras, mas apenas à medida que exista a possibilidade de uma verdadeira digestão de sentidos. 

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