Uma breve olhada em
qualquer livraria ou lista de livros mais vendidos vai mostrar que no topo está
a categoria de autoajuda. O que há de livros que prometem ensinar a felicidade
e ficar bem com a vida, com o perdão do trocadilho, não está escrito. Seja mais
rico, mais feliz, mais saudável e mesmo assim, com toda essa profusão de livros
dedicados à construção do bem estar, as pessoas continuam sofrendo e vivendo
como antes, sem nenhuma mudança. O número de pessoas que mudaram suas vidas com
essas obras é pouco para não dizer quase nulo. Por que será que é assim?
Querer estar bem é bem diferente de se dedicar a estar
bem. Há pessoas que querem estar bem e pedem pela felicidade, mas o querer
delas não é suficiente para as fazerem mudar coisas importantes na maneira que
vivem. Querem ser felizes, mas com o mínimo de esforço. Desejam uma vida mais
enriquecida, porém não toleram o trabalho que se faz necessário para assim ser.
Querem levar, mas não querem pagar nada. Assim fica mesmo impossível que algo
de bom possa vir a surgir.
Muitas pessoas leem tais livros como se só isso bastasse
e há pessoas que se enganam pensando que ao comprarem tal ou qual livro
compraram a felicidade e que mais nada é preciso fazer. Quanta ignorância! Ler
não significa nada e não é isso que vai fazer a vida se alterar para melhor.
Mais importante do que ler é desenvolver uma mente que possa pensar sobre o que
se lê.
Quando lemos devemos sempre fazer uma auto avaliação do
que aquela leitura nos desperta. A leitura assim como o alimento precisa ser
digerida para que possa fazer parte de nós. Só que essa atitude exige trabalho
e paciência para que as coisas que aprendemos nas leituras possam fazer
sentido, serem entendidas e por fim serem cultivadas. O leitor jamais deve
assumir uma posição passiva, mas deve estar ativo. Sem essa mudança na maneira
que se lê de nada adiantará e continuará a ser alguém que se engana. A leitura
seja de um livro de autoajuda, de um bom romance, de livros religiosos pode ser
uma experiência das mais transformadoras, mas apenas à medida que exista a possibilidade
de uma verdadeira digestão de sentidos.
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