No dia 20 de fevereiro foi lançado no YouTube um
documentário chamado Bichas que
mostra seis jovens homossexuais contando como foi assumir a homossexualidade,
dos seus medos e dificuldades, bem como dos preconceitos sofridos. Há algumas
histórias mais tranquilas e outras nem tanto em que os jovens tiveram que
sofrer muito quando poderia ser diferente se existisse aceitação e mais
entendimento. Um desses jovens diz que foi levado a fazer psicoterapia por seus
pais e a psicóloga, se é que se pode chamar assim alguém desse quilate, o
torturou mais do que o ajudou e fez do espaço psicoterapêutico uma câmara de
horrores.
O jovem em questão foi forçado na psicoterapia a se
comportar como homem, coisa que aliás ele era, mas não era o que pais e
profissional tinham em mente quando pensavam num modelo masculino. Ser homem
não implica em caber em determinados padrões. Um homossexual do sexo masculino
é um homem como qualquer outro. Homem e orientação heterossexual não é uma
coisa só.
Um dos objetivos de uma psicoterapia é a pessoa se
autoconhecer e com isso fazer um melhor uso de si mesmo e de suas
potencialidades. Não é objetivo da psicoterapia obrigar alguém a ser de um
jeito ou outro. Isso é violência. Nas sessões desse jovem ele era desvalorizado
quando comparado desfavoravelmente com o comportamento de seu irmão que ao que
tudo indica é heterossexual e que se encaixava nos padrões do que acredita-se
ser a normalidade. Era tratado indignamente ganhando pontos quando fazia o que
desejavam dele e repreensões quando não atingia o padrão pretendido.
Quando profissionais da psicologia e psiquiatria não
entendem melhor a natureza humana ficam apegados à paixão pela ignorância. Esta
paixão é danosa e destrutiva, pois a ignorância leva à arrogância onde quem a
sente crê que tem razão e justifica suas atitudes com moralismos e
preconceitos. A psicoterapia está a serviço da vida seja ela como for e não de
uma perigosa normatização. Deve ser, acima de tudo, um espaço de descobertas e
não uma tortura ocultada por um falso profissionalismo.
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