Essa já é a 450ª publicação que coloco aqui no blog entre
textos e respostas aos leitores. Os assuntos foram vários assim como também foram
várias as pessoas que participaram. Perguntado se ainda teria mais o que
escrever, se os assuntos não se esgotaram, respondi com toda a certeza que não,
não há como esgotar. É impossível acreditar que assuntos tão humanos possam acabar
ou de que tudo já se sabe ou já foi falado. Tudo nunca foi falado e sempre há
mais o que dizer.
Lembro-me da história do diretor francês de tecnologia que
no começo do século XX afirmou que seu departamento poderia fechar, pois mais
nada novo poderia ser inventado e que todas as invenções relevantes já tinham
sido feitas. Quanta presunção! Sempre há o que ser inventado e criado. O ser
humano se faz através da criatividade.
O
campo da psicanálise é vasto e bastante interessante porque trata de questões
que dizem respeito às nossas vidas. Terêncio, escritor romano do século II,
escreveu: tudo que é humano não me é
estranho, mostrando o quanto os assuntos que envolvem a condição do ser
humano é algo que pertence a todos e não é estranho a ninguém. A psicanálise
não se esgota enquanto houver humanos. Seu objeto de estudo, o inconsciente, é
inesgotável e repositório das maiores riquezas do homem. Sempre haverá o que
falar e o que descobrir desse animal fantástico que é o ser humano.
Há muito que se aprender. Camões, em
Os Lusíadas, disse que navegar era preciso, mas para a
psicanálise falar é preciso. É através da fala que o homem toma contato com seu
inconsciente e descobre seu mundo interno. Só tornando o inconsciente
consciente é que podemos pensar sobre nossas vidas e entender nossas razões.
Ficamos livres para ser quem podemos ser realmente, com todo nosso potencial à
disposição. Mas só descobre e se beneficia do seu potencial quem ousa navegar
no mar que é o inconsciente. Nossa mente está sempre a espera que nos tornemos
desbravadores e que ousemos navegar rumo ao desconhecido. Essa jornada não tem
fim.
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