segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Sempre há o que dizer


            Essa já é a 450ª publicação que coloco aqui no blog entre textos e respostas aos leitores. Os assuntos foram vários assim como também foram várias as pessoas que participaram. Perguntado se ainda teria mais o que escrever, se os assuntos não se esgotaram, respondi com toda a certeza que não, não há como esgotar. É impossível acreditar que assuntos tão humanos possam acabar ou de que tudo já se sabe ou já foi falado. Tudo nunca foi falado e sempre há mais o que dizer.
            Lembro-me da história do diretor francês de tecnologia que no começo do século XX afirmou que seu departamento poderia fechar, pois mais nada novo poderia ser inventado e que todas as invenções relevantes já tinham sido feitas. Quanta presunção! Sempre há o que ser inventado e criado. O ser humano se faz através da criatividade.
O campo da psicanálise é vasto e bastante interessante porque trata de questões que dizem respeito às nossas vidas. Terêncio, escritor romano do século II, escreveu: tudo que é humano não me é estranho, mostrando o quanto os assuntos que envolvem a condição do ser humano é algo que pertence a todos e não é estranho a ninguém. A psicanálise não se esgota enquanto houver humanos. Seu objeto de estudo, o inconsciente, é inesgotável e repositório das maiores riquezas do homem. Sempre haverá o que falar e o que descobrir desse animal fantástico que é o ser humano.
            Há muito que se aprender. Camões, em Os Lusíadas, disse que navegar era preciso, mas para a psicanálise falar é preciso. É através da fala que o homem toma contato com seu inconsciente e descobre seu mundo interno. Só tornando o inconsciente consciente é que podemos pensar sobre nossas vidas e entender nossas razões. Ficamos livres para ser quem podemos ser realmente, com todo nosso potencial à disposição. Mas só descobre e se beneficia do seu potencial quem ousa navegar no mar que é o inconsciente. Nossa mente está sempre a espera que nos tornemos desbravadores e que ousemos navegar rumo ao desconhecido. Essa jornada não tem fim. 

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