Vivemos
cercados por pessoas e instituições que nos instigam ao fanatismo. Grupos
políticos, religiosos e até mesmo grupos científicos tendem, por muitas vezes,
reclamar para si uma posição de extremo poder e dizem que apenas quando alguém
for membro deste ou daquele grupo é que estarão fazendo a coisa certa. O mundo e
as pessoas ficam divididos entre os de dentro, detentores de exclusividade e os
de fora que nada sabem. Toda forma de fanatismo causa exclusão.
Grupos
fanáticos dão a entender que têm certeza sobre algo e que a dúvida jamais se
faz presente. Desdenham quem não pertence a um determinado grupo, já que quem
está fora é alguém que não partilha dessa suposta certeza e por isso mesmo só
pode estar errado. Em várias religiões é possível notar que chamam as pessoas
pertencentes a outro credo de infiéis. Nessa divisão é colocada uma falsa
hierarquia de valores onde quem pensa conforme os ditames ganha valor e quem
pensa diferente não tem valor.
Viver
através dessas divisões é perigoso porque inibe a diferença e convida a um comodismo
de pensamento. É perigoso também porque permite ataques a quem é de fora e
pensa ou vive diferente. Quando o que é sentido como diferente é visto como
inimigo surge um terrível problema: justifica-se, erroneamente é claro, atos de
violência selvagens e está plantada então a loucura que arrasta todos para a
barbárie. A loucura deixa todos paranoicos e desconfiados, ninguém mais é capaz
de pensar.
A
característica da loucura é a certeza. Só quem pode tolerar a dúvida e as
angústias que vêm dela consegue pensar de fato. Quem não pensa e prefere se
agarrar firmemente a uma falsa certeza para não ter que tolerar as ansiedades
que a dúvida provoca deixa de aprender e fica estagnado, bem como perigoso.
Teme as diferenças, já que estas representam um perigo e agem loucamente
defendendo suas certezas como se elas se tratassem de boias salva-vidas. Não é
a toa que fanatismo e violência andam, frequentemente, lado a lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário