Há
uma animação, muito popular, do personagem Pateta no trânsito. Neste desenho o
Pateta aparece como um sujeito calmo, tranquilo e muito pacífico. Ao ver que ia
pisar em formigas ele gentilmente muda seu caminho. Enfim, parece muito pacato,
mas é só pegar a direção de seu carro que se transforma em um monstro
insensível e perigoso. Passa a ser mal criado e impaciente colocando a si mesmo
e os outros em perigo. É um desenho antigo, mas que já mostrava como no
trânsito nossa agressividade é facilmente despertada.
Muitas
pessoas acreditam que o trânsito cria essa agressividade e violência, mas a
verdade não é bem assim. O trânsito, por pior que este seja, não tem o poder de
criar nada. Ele só desperta e exacerba algo que já existe dentro de cada um.
Uma pessoa que realmente saiba lidar com sua agressividade interna não vai
ficar violenta no trânsito. Os que assim ficam é porque não sabem lidar com a
agressividade que sentem dentro de si.
No
início do desenho o Pateta estava começando o dia com condições muito boas. O
dia estava glorioso e ensolarado e nada parecia contrariar o espírito do
personagem. Mas imaginemos outro cenário. Um que já tenha começado com o dia
chuvoso, molhando as roupas do Pateta e trazendo toda uma série de transtornos.
Será que o Pateta iria continuar sereno diante de condições precárias?
Provavelmente não. O que mostra que não é o trânsito que o tirou do sério e o
transformou, mas a sua incapacidade em lidar com as frustrações, dos quais o
trânsito está cheio.
Está
na hora de pararmos de culpar o que nos está externo por nossos sentimentos de
ódio e ataques de violência. Se não for o trânsito será qualquer outra coisa
que nos trará frustrações e propiciará o terreno para que sejamos violentos.
Porém, a questão está na mente e não no cenário. Precisamos, mais do que nunca,
aprendermos de fato a lidar com o que sentimos. O trânsito do jeito que está é
apenas reflexo do que se passa nas nossas mentes. Se ele está violento, mal
educado e perigoso é porque é assim que estamos internamente. Nossas condições
mentais estão precárias. Que tal cuidarmos mais de nossas mentes?
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