Foi retirado do ar, recentemente, um comercial de uma
empresa de táxi que dizia que se alguém achasse o psicólogo caro que pegasse um
táxi e conversasse com o taxista. Assim, matava-se
dois coelhos com uma só cajadada, indo para algum lugar e falando sobre a
própria vida como se estivesse em psicoterapia. Como era de se esperar os
psicólogos brigaram até a campanha ser retirada do ar. Bom, até que foi
engraçado!
Foi engraçado para pensarmos qual o valor que damos para
a nossa vida. A verdade mesmo é que muita gente resiste em fazer terapia ou
análise e apesar da questão do preço ser mencionada como um dos motivos a
realidade é outra. Tem a ver com o fato de se temer se comprometer realmente
com a própria vida. Convenhamos, quando falamos com um taxista (sem ofensas
taxistas!), não nos comprometemos com nossas vidas num nível mais profundo.
Então ao invés de nos comprometermos preferimos nos
enganar e achar que estamos nos comprometendo. Pois é, o ser humano gosta de se
enganar. Falar com um conhecido, fazer isso ou aquilo pode muito bem ser
terapêutico, mas não é o mesmo que estar em psicoterapia. Há enormes
diferenças. Tem gente até que diz que porque são religiosas não precisam de
psicoterapia. Uma coisa é ser religioso e viver a espiritualidade de maneira digna e tranquila, outra bem
diferente é aprender a cuidar da própria mente de maneira eficiente. Não que todos precisem de psicoterapia, é claro, mas quando esta se faz
necessária não adianta tentar botar outra coisa no lugar.
Que valor damos para as nossas vidas? Quem se engana é
porque não dá valor algum ou se dá é bem baixo. Fazer uma psicoterapia ou
análise demanda um valor, mas que ultrapassa o valor monetário, porém é o valor
do comprometimento consigo mesmo. O que as pessoas temem pagar é esse valor.
Enfim, se acham que procurar se entender é caro, tente então não procurar se
entender. Aí sim o preço final a se pagar vai ser altíssimo. O preço vai ser a
própria qualidade de vida.
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