sexta-feira, 19 de junho de 2015

Pergunta de Leitora - Conflito de Gerações


Tenho um pai de 85 anos e um filho de 17. Vivemos na mesma casa, mas eles não se dão bem. Meu filho acha que o avô é um velho sem nenhuma serventia e meu pai acha que o neto é um adolescente idiota e sem nenhum proposito. Não sei o que fazer para os dois se entenderem, já usei de tudo que era lógica e argumentos, mas nada os aproxima. Eles se xingam e se machucam e quem mais fica preocupada e entristecida sou eu. Um reclama do outro para mim e quer que eu odeie o outro, querem que eu tome partido, mas não sei quem atender, quem está certo ou errado. Não é opção nenhum dos dois se mudar, quem tem vontade de sumir e mudar sou eu. Como posso acertar essa situação?

            Há jovens que discriminam os mais velhos e desvalorizam as suas experiências de vida e há pessoas idosas que são bastante intolerantes com os jovens e seus ideais. É o velho conflito entre gerações que fazem mal para a sociedade bem como para a dinâmica familiar. Gerações com valores diferentes tendem a se estranhar, mas não precisaria ser assim já que todas as gerações possuem características boas que podem ser muito úteis quando bem usadas.
            Os idosos, por terem vivido anos, podem (nem sempre é assim) ter uma visão sábia e tolerante da vida. Podem ser capazes de contar com a serenidade do tempo para tolerarem mais as adversidades da vida. Os jovens, pelos seus curtos anos, se enchem de sonhos e ideias de como as coisas poderiam ser (de novo, nem sempre é assim) e a visão fresca que têm do mundo podem ser salutares para apresentar mudanças benéficas. Quando há equilíbrio entre esses dois tipos de visão há a possibilidade de haver crescimento e evolução. A melhor dose para tudo é sempre o equilíbrio.
            Mas o que parece que acontece aqui vai além do conflito entre gerações. É apenas uma hipótese, você pode confirmá-la ou não, mas a impressão que fica é que tanto seu pai quanto seu filho estão numa competição para conseguir a sua atenção. Você fica no meio do cabo de guerra entre os dois, cada um puxando para o seu lado. Não é a toa que gostaria de sumir, pois sabe que não pode tomar partido sem que um ou outro fique magoado e desamparado.
            Nesse caso a única possibilidade é não tomar partido de ninguém a não ser o seu próprio. Procure encontrar palavras e meios de deixar claro que essa troca de ofensas ofende a você e que você não precisa viver deste jeito. Abandone os argumentos lógicos para aproximá-los porque isso depende deles e não de você. Use as palavras para explicar a sua situação e o quanto você se sente mal com ela e que eles também têm parte nisso. Opte pelo seu bem estar e não pela posição de um ou outro. Quem sabe você tomar o seu prórpio partido não lhe seja melhor?

Nenhum comentário:

Postar um comentário