Todas as pessoas carregam dentro de si um lado
destrutivo. Esse lado pode ser visto através dos auto-ataques, do uso abusivo
de drogas, de se ligar a relacionamentos doentios que trazem muito prejuízo e através
de muitas outras manifestações chamadas na linguagem técnica psicológica de
sintomas. Geralmente, esse lado nunca é reconhecido e é constantemente negado.
Isso se dá porque é estranho percebermos que carregamos junto conosco algo que
pode estar a serviço de um empobrecimento e que se esse lado não for cuidado
pode facilmente nos levar a uma vida bem precária.
Esse lado destrutivo, na maior parte das vezes, está no
nosso inconsciente, ou seja, nós nem notamos que ele existe no dia a dia e
quando esse lado nos prejudica tendemos a culpar qualquer outra coisa externa a
nós. Projetamos nosso lado destrutivo nos outros, nas condições de vida ou num
inimigo eleito para receber o lado destrutivo e assim nos eximir da
responsabilidade que temos conosco. Até nos sentimos mais seguros quando
acreditamos que o que é destrutivo está fora de nós e jamais dentro. A
destruição que carregamos é fruto do sentimento do ódio. O ódio vem fácil e
sempre se manifesta quando nos frustramos.
Entretanto, nem tudo é ódio e destruição dentro de nós.
Assim como possuímos esse lado destrutivo também contamos com um lado
construtivo, capaz de grandes amores e vínculos. Esse lado nos permite aprender
com as experiências de vida, a não nos deixarmos abater facilmente e sempre
está ligado com o que há de mais saudável em nós. Infelizmente, esse lado vem
num estado latente, mas não pronto. O lado construtivo precisa ser trabalhado,
conquistado, enquanto o lado destrutivo está sempre pronto para ser usado. É
fácil entender isso quando você se pergunta o que é mais fácil: construir algo
ou destruir algo? O ódio é de fácil e rápido acesso, porém o amor precisa ser
construído.
O
amor necessita de todo um trabalho mental. Não há amor pronto, só construído com dedicação, tempo e paciência. Apesar do ódio que cada um carrega trazer
boas doses de prejuízos à vida, se trabalharmos com o lado construtivo esse
prejuízo pode ser compensado. A grandeza do ser humano é poder transformar o
que se encontra destruído em algo renovado e mais fortalecido. Penso aqui nas
cidades japonesas que na Segunda Guerra foram violentamente bombardeadas,
Nagasaki e Hiroshima. Elas, após os bombardeios, estavam completamente em
ruínas e era impensável encontrar nelas algo bom e preservado. Contudo, hoje em
dia, a história é outra, e qualquer um que as visite vai se surpreender que
essas cidades foram as mesmas de algumas décadas atrás. Hoje são cidades cheias
de vida e recursos. Mas só foi possível reconstruí-las quando a força do ódio
foi transformada em força do amor. Em vez de cidades podemos pensar nas nossas
vidas. As vezes destruímos muitas coisas em nós mesmos, mas se nos propusermos,
com sinceridade, a reconstruir nossas vidas, então elas poderão ser cheias de alegrias.
Bela comparação, de ódio e amor....nas cidades do Japão que sofreram na 2ª Guerra; os japoneses transformaram o ódio em amor, com muita paciência e persistência!
ResponderExcluirBela comparação, de ódio e amor....nas cidades do Japão que sofreram na 2ª Guerra; os japoneses transformaram o ódio em amor, com muita paciência e persistência!
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