Tenho um filho de 32 anos que é
alcoólatra. Já tentei fazer de tudo para mudar essa condição e nunca consegui
nada. Já levei ele em terapeutas, médicos famosos, clínicas de reabilitação,
mas nada chegou a funcionar. Não vivo mais a minha vida pensando no que fazer
para tirar o meu filho do álcool. Fico aflita 24 horas por dia e se o dia fosse
mais longo ficaria aflita mais horas ainda e o pior é que o meu filho dá risada
de toda a minha preocupação e ele não fica nada preocupado. Acha que é tudo uma
grande brincadeira. Não agüento mais ver meu filho se destruindo e a mim junto.
Teve vezes que tive que buscá-lo jogado na rua como um mendigo. O que posso
fazer para ele que ainda não fiz?
Você já tentou de tudo para ajudar o
seu filho, mas nada adiantou. Talvez não reste mesmo mais nada a fazer a
respeito disso. Quando alguém não quer mudar ou insiste em negar a reconhecer
que tem algum problema não há nada que possa ser feito. Ninguém é tão poderoso
que pode fazer o outro mudar, nem mesmo as mães!
Quanto mais você se preocupa e se
desespera pelo seu filho mais ele se sente no direito de não ter que se
preocupar. Ao insistir na aflição que sente por ele mais ele se recusa a
enxergar a própria responsabilidade nas suas atitudes. Ele está na posição da
criança mimada que não precisa dar conta de nada e nem pagar nenhum preço.
Agora, você pode, sim, fazer algo
muito importante. Não por ele, mas por você mesma. Você pode se responsabilizar
pela sua própria vida; cuidar de você e das suas necessidades está dentro das
suas possibilidades. Será que isso você já tentou? Está na hora de direcionar o
seu olhar e as suas energias para o desenvolvimento do seu bem estar e parar de
se preocupar com quem não dá a mínima.
Compreendo, no entanto, que talvez
você se sinta culpada em fazer isso. Talvez ache que seja a mesma coisa que
abandonar o filho ao léu, mas chega uma hora que é preciso saber abrir mão do
que não funciona. Você não será uma má mãe por causa disso. Afinal, ele já é um
homem adulto que precisa aprender a enfrentar as conseqüências de suas
irresponsabilidades. Querer tirá-lo da realidade de que é ele que precisa se
comprometer com sua melhora não vai ajudá-lo em nada. Você trava um luta
ingrata e é chegado o momento de saber lutar a boa luta, sobre aquilo que você
pode mudar. Que tal mudar a sua história e buscar um profissional que te escute
e te ajude a se voltar para si mesma?
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