Um dia desses fui ao cinema aqui em Londrina e quando
entrei na sala me surpreendi e me entristeci com o que vi. A sala estava
imunda, cheia de restos de pipoca, garrafas e latas de refrigerantes e papéis
das pessoas que estavam na sessão anterior. Como mal acabava uma sessão e
começava a outra não havia tempo hábil para a equipe de limpeza entrar, mas
mesmo assim penso que a equipe de limpeza não precisaria ter que limpar a
bagunça e falta de respeito dos outros. Olhar essa sala de cinema me fez
vislumbrar um mau sinal.
Cenas assim acontecem em qualquer cinema e não é uma
exclusividade daqui, porém isso tudo é triste e preocupante. É sinal da falta
de respeito e do descaso com o próximo que contamina os relacionamentos e deixa
a vida mais empobrecida. Quem deixa sua sujeira espalhada sem a menor
consideração mostra que o outro que vai limpar e o outro que vai ocupar aquele
lugar não têm valor algum. Enquanto as pessoas persistirem em não verem os
outros como pessoas o mundo vai de mal a pior.
Pensar nessas coisas não se trata de implicância, mas de
se atentar a algo que precisa de reflexão. Quem deixa sua sujeira física e
concreta para trás também deixa suas sujeiras de atitudes jogadas nos outros.
Quem não demonstra o menor respeito pelo ambiente que frequenta também não é
capaz de demonstrar consideração pelos relacionamentos que vivem. Essas pessoas
vivem suas vidas mentais e seus relacionamentos da mesma forma: oferecendo e
jogando para fora o que há de pior nelas e não procurando desenvolver uma nova
maneira de viver que passa por atitudes mais saudáveis e sensatas.
É desolador notar o quanto as pessoas se encontram
enfermas e o quanto, mais do que nunca, é necessário passar por uma revolução,
mas revolução da mente, da maneira como vivemos e como nos relacionamos.
Transformar o modo como lidamos conosco e com a vida em nossa volta se faz
essencial para o desenvolvimento pessoal e da sociedade e isso tudo passa pela
educação sentimental. Esta ensina a lidar de maneira eficiente com o que
sentimos e o que fazemos com o que sentimos. Que tal pensarmos mais?
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