segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Um Mau Sinal


            Um dia desses fui ao cinema aqui em Londrina e quando entrei na sala me surpreendi e me entristeci com o que vi. A sala estava imunda, cheia de restos de pipoca, garrafas e latas de refrigerantes e papéis das pessoas que estavam na sessão anterior. Como mal acabava uma sessão e começava a outra não havia tempo hábil para a equipe de limpeza entrar, mas mesmo assim penso que a equipe de limpeza não precisaria ter que limpar a bagunça e falta de respeito dos outros. Olhar essa sala de cinema me fez vislumbrar um mau sinal.
            Cenas assim acontecem em qualquer cinema e não é uma exclusividade daqui, porém isso tudo é triste e preocupante. É sinal da falta de respeito e do descaso com o próximo que contamina os relacionamentos e deixa a vida mais empobrecida. Quem deixa sua sujeira espalhada sem a menor consideração mostra que o outro que vai limpar e o outro que vai ocupar aquele lugar não têm valor algum. Enquanto as pessoas persistirem em não verem os outros como pessoas o mundo vai de mal a pior.
            Pensar nessas coisas não se trata de implicância, mas de se atentar a algo que precisa de reflexão. Quem deixa sua sujeira física e concreta para trás também deixa suas sujeiras de atitudes jogadas nos outros. Quem não demonstra o menor respeito pelo ambiente que frequenta também não é capaz de demonstrar consideração pelos relacionamentos que vivem. Essas pessoas vivem suas vidas mentais e seus relacionamentos da mesma forma: oferecendo e jogando para fora o que há de pior nelas e não procurando desenvolver uma nova maneira de viver que passa por atitudes mais saudáveis e sensatas.
            É desolador notar o quanto as pessoas se encontram enfermas e o quanto, mais do que nunca, é necessário passar por uma revolução, mas revolução da mente, da maneira como vivemos e como nos relacionamos. Transformar o modo como lidamos conosco e com a vida em nossa volta se faz essencial para o desenvolvimento pessoal e da sociedade e isso tudo passa pela educação sentimental. Esta ensina a lidar de maneira eficiente com o que sentimos e o que fazemos com o que sentimos. Que tal pensarmos mais?

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