Tenho um bebê de 8 meses e estou muito
contente por ser mãe. Sempre desejei meu filho e ele me é fonte de muito amor e
bons momentos. A pergunta é o seguinte. Apesar de estar muito feliz com meu
filho fico insegura as vezes. Me pergunto se sei mesmo ser uma boa mãe. Tenho
medo de causar um trauma no meu filho e estragar a vida dele. Tantas pessoas
dizem que isso é possível e sem contar que quando ele chora uns dizem para
fazer uma coisa e outros dizem para fazer outra. Quando digo que meu filho
chora de noite umas amigas deixam a entender que é devido a minha ansiedade e
sinto que faço alguma coisa errada. Mas não sei bem porque também fico irritada
com essas pessoas que acham que ser mãe tem que ser perfeita. Acho que meu
filho vai ter que se acostumar comigo que não sou perfeita. Como posso ter
certeza de ser sempre uma boa mãe?
Donald Winnicott, psicanalista
inglês, escreveu certa vez que não há essa estória de mãe boa que age de forma
perfeita e que jamais frustra os filhos. Essa imagem de mãe é uma grande
falsidade e presta um enorme desserviço às mulheres que se tornam mães e às
pessoas a sua volta. Para Winnicott o que existe é mãe suficientemente boa. Ser “suficientemente boa” já está de bom
tamanho.
Não existe um manual para ser mãe. Tornar-se
mãe envolve uma infinidade de variáveis como a sua própria história de vida, o
momento em que você se encontra, as características do bebê e por aí vai. Há
bebês que choram mais, outros menos e não dependem apenas da ansiedade da mãe.
Afinal, o bebê é outro ser que possui particularidades próprias que independe
de seus pais. Saber disso é importante.
É muito fácil para quem está de fora
de uma dada situação emitir opiniões e até fazer julgamentos. Muitos, aliás,
sentem um prazer nessa atitude. O que torna então importante você saber ouvir o
que escuta e ser sábia em fazer uma triagem entre aquelas falas que podem ser
de alguma ajuda daquelas outras que não servem para nada. Nem tudo o que a
gente ouve a gente precisa escutar. Entender isso lhe tornará mais sábia e com
maior capacidade de se auto-preservar.
Em vez de se perder no meio de
tantas dúvidas e angústias seria muito mais favorável se você escutasse a si
mesma. Seu amor pelo seu filho é o melhor guia que você poderá usar já que o
amor verdadeiro está sempre a serviço do bem estar e do desenvolvimento. Se
deixe ser uma mãe que você possa ser e se desprenda da imagem de uma mãe
perfeita que só existe nos delírios de quem não entende de humanidade. Posso
lhe dizer, com absoluta certeza, que seu filho não deseja uma mãe perfeita. O
que ele mais precisa é de uma mãe que o ame de fato e esteja ali para ajudá-lo
quando ele precisar.
Esqueci como se publica o comentário.Mas parabéns pelo texto.
ResponderExcluirÓtima a sua análise.
Escrevi isso só para testar.Agora acho que aprendi de novo.Abraços.
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