sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pergunta de Leitor - A Arte do Diálogo


Tenho 36 anos e sou casado há 5 anos. Meu primeiro filho nasceu recentemente, tem apenas 8 meses e estou muito feliz em ser pai. É um filho desejado e que foi planejado. Minha questão tem relação com o fato de que depois que minha mulher teve nosso filho ela não me dá mais bola. Sei que precisa de um tempo para ela se recuperar e estar disposta por isso mesmo ainda não falei nada e nem insisti, mas já faz muito tempo e estou incomodado com essa situação. Não quero parecer carente, com fome de afeto e atenção mas minha mulher evita estar comigo e não digo só no sentido sexual, mas ela só tem olhos para o nosso filho. Varias vezes já pensei em traí-la ultimamente mas não sou esse tipo de pessoa. Como devo proceder?

            A chegada de um filho causa uma grande mudança na vida do casal. Antes a dinâmica do relacionamento funcionava de uma determinada maneira, mas tudo é desorganizado com o nascimento do filho e exige, então, uma nova reorganização. Nem sempre essa fase se dá facilmente e com bastante freqüência traz muitos desentendimentos.
           Toda reorganização é dolorosa pois tira os personagens envolvidos da antiga situação, jogando-os numa nova situação totalmente desconhecida. Muitos casamentos até terminam quando o filho nasce porque o casal não consegue encontrar um espaço e tempo só para eles. Para isso não acontecer se faz necessário que o casal encontre uma maneira de manter a vida a dois, de casal.
            Seu caso demanda que você encontre palavras que toquem sua esposa para essa necessidade da vida de casal de vocês dois. Já experimentou se abrir com ela sobre isso em vez de atuar e vir a se arrepender? Dialogar parece uma atitude simples, mas que é na verdade uma arte. Se a arte do diálogo fosse praticada com mais atenção e persistência muitos aborrecimentos poderiam ser evitados. É uma arte porque dialogar não se trata apenas de despejar palavras a torto e a direito, mas de encontrar as palavras certas. Conversar verdadeiramente pode transformar. Que tal tentar?

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