segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dois Lobos


            Há uma lenda entre os índios norte-americanos que diz que no coração de cada pessoa há dois lobos morando. Um deles é o lobo do amor que é sempre cuidadoso e leal. Está sempre atento a ajudar e a bem defender o que é seu. Porém, há também o lobo do ódio. Este representa um perigo grande já que é traiçoeiro e está sempre procurando trazer destruição. Segundo a lenda esses lobos vivem juntos no ser humano e cabe a cada um saber o que e o quanto vai dar de alimento a cada lobo.
            Uma lenda tão simples como essa contém uma verdade esclarecedora da maneira como podemos estar vivendo. Todo mundo carrega dentro de si emoções primitivas. Voracidade, inveja, rapidez para o sentimento de ódio são coisas fáceis e que vêm sem nenhum esforço da nossa parte. Já sentimentos mais generosos como amor, empatia e temperança são bem mais difíceis de conseguir pois exigem mais esforço e persistência.
            Em nossas vidas devemos sempre estar atentos a qual lobo mais damos atenção. A qual lobo mais estamos ligados. Caso estejamos nos entregando com muita freqüência a sentimentos que nos causam mal, estamos permitindo que o lobo do ódio fique mais forte. Ele passa a dominar a mente, submetendo-a a seus caprichos que só trazem dor e adoecimento. Agora, se a gente começar a dar limites a esse lobo e não se entregar tão docilmente a ele, abre-se uma oportunidade para o lobo do amor se desenvolver e com o lobo do amor mais fortalecido nos enriquecemos com coisa boas.
            Há sempre uma luta entre esses dois lobos dentro de cada um de nós. É uma luta que exige tempo e paciência para aprendermos como lidar com cada um desses lobos. Não é uma luta que se resolve do dia para a noite. Ás vezes leva uma vida inteira, mas é uma luta necessária. E nessa luta não se trata de matar o lobo do ódio, porém de deixá-lo controlado. Matar o lobo do ódio dentro de nós é impossível, pois é uma parte nossa e não podemos jamais destruir partes nossas, no entanto podemos e devemos, para o nosso próprio bem estar e desenvolvimento, controlar aquilo que nos causa sofrimento. Ao não ser constantemente alimentado o lobo do ódio se enfraquece e não pode mais nos dominar. O lobo do amor pode então se fortalecer e passar a ser nosso companheiro. E quanto mais alimentado for o lobo do amor, mais distantes ficamos da fúria do lobo do ódio, mais ficamos preservados e protegidos. As vezes sozinhos não conseguimos diferenciar cada um desses lobos dentro de nós. Os índios contavam com os xamãs que ajudavam os outros a entenderem isso dentro de si. Já nós podemos contar com a nossa análise. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário