sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Imaginação Vazia


Acho que estou me perdendo dentro da minha própria cabeça. Explico: sou bastante imaginativo e fico criando o que chamo de “filmes mentais” dentro de mim. As vezes fico imaginando que estou dizendo coisas que queria ter dito e não disse por medo ou vergonha. Imagino que estou brigando com os outros e até imagino o que os outros iriam me responder e como iriam reagir. Toda hora isso acontece e não sei mais como dar um basta. No banho, andando na rua ou até assistindo TV. Fico preso aos filmes mentais que sei que tem grande chances de jamais se realizarem. Será que sou esquizofrênico?

            A esquizofrenia se trata de um estado no qual quem a sofre vive uma “fratura mental”. É algo que desestrutura a identidade e exige sérios cuidados e atenções, necessitando de tratamentos adequados tanto de ordem psicoterapêutica quanto de ordem medicamentosa. Em muitos momentos quem sofre desse mal cria alucinações e fica confuso sobre a realidade. Provavelmente, não é esse o seu caso.
            Seu caso parece indicar que você super valoriza os seus “filmes mentais”. Deve ser assim por que lhe é difícil abrir mão do controle que esses “filmes” lhe proporcionam. Quando as coisas acontecem apenas dentro da sua imaginação elas ficam sob seu controle, pois você “roteiriza” tudo. Desde a sua reação bem como a reação do outro. Viver assim, apenas na imaginação, é bem mais seguro e cômodo, só que irreal como bem mais empobrecido.
            A pergunta que você deve se fazer é porque dá tanto valor assim ao controle. O que tem a perder se ousar viver sem precisar fazer uso do controle? A resposta será encontrada quando se propuser a pensar e refletir sobre isso e não em criar outros “filmes” no qual se veja esquizofrênico. A vida exige ser vivida e não que você se veja sempre em filmes pré-estabelecidos.
            A imaginação é um recurso poderoso da mente, mas tudo depende de como ela é usada. Caso seja de forma infrutífera é melhor repensar e mudar. Viver só na imaginação é uma maneira de fugir da vida e de desvalorizar a potencialidade interna. À medida que você desenvolver seus recursos internos e confiar mais neles não precisará se prender a “filmes” pois terá algo bem melhor a que se apegar: a própria vida.

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