Acho que estou me perdendo dentro da
minha própria cabeça. Explico: sou bastante imaginativo e fico criando o que
chamo de “filmes mentais” dentro de mim. As vezes fico imaginando que estou
dizendo coisas que queria ter dito e não disse por medo ou vergonha. Imagino
que estou brigando com os outros e até imagino o que os outros iriam me
responder e como iriam reagir. Toda hora isso acontece e não sei mais como dar
um basta. No banho, andando na rua ou até assistindo TV. Fico preso aos filmes
mentais que sei que tem grande chances de jamais se realizarem. Será que sou
esquizofrênico?
A esquizofrenia se trata de um
estado no qual quem a sofre vive uma “fratura mental”. É algo que desestrutura
a identidade e exige sérios cuidados e atenções, necessitando de tratamentos
adequados tanto de ordem psicoterapêutica quanto de ordem medicamentosa. Em
muitos momentos quem sofre desse mal cria alucinações e fica confuso sobre a
realidade. Provavelmente, não é esse o seu caso.
Seu caso parece indicar que você
super valoriza os seus “filmes mentais”. Deve ser assim por que lhe é difícil
abrir mão do controle que esses “filmes” lhe proporcionam. Quando as coisas
acontecem apenas dentro da sua imaginação elas ficam sob seu controle, pois
você “roteiriza” tudo. Desde a sua reação bem como a reação do outro. Viver
assim, apenas na imaginação, é bem mais seguro e cômodo, só que irreal como bem
mais empobrecido.
A pergunta que você deve se fazer é
porque dá tanto valor assim ao controle. O que tem a perder se ousar viver sem
precisar fazer uso do controle? A resposta será encontrada quando se propuser a
pensar e refletir sobre isso e não em criar outros “filmes” no qual se veja
esquizofrênico. A vida exige ser vivida e não que você se veja sempre em filmes
pré-estabelecidos.
A imaginação é um recurso poderoso
da mente, mas tudo depende de como ela é usada. Caso seja de forma infrutífera
é melhor repensar e mudar. Viver só na imaginação é uma maneira de fugir da
vida e de desvalorizar a potencialidade interna. À medida que você desenvolver
seus recursos internos e confiar mais neles não precisará se prender a “filmes”
pois terá algo bem melhor a que se apegar: a própria vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário