Minha questão é com o caso do menino que
supostamente matou a família em SP. A polícia afirma que foi o garoto de 13
anos que matou a família toda e se matou. Uma criança não teria como arquitetar
algo desse nível, porem estamos falando em um tempo onde tudo se transforma muito
rápido, muitas informações. Hoje em dia é nítido em nossas crianças um
desenvolvimento e uma malícia mesmo "inocente", mesmo a criança não
sabendo o significado do que está falando, mas está aí, pais e mães muito maliciosos, enfim o mundo de hoje é bem diferente do mundo de uma criança
e um adolescente de 10 ou 20 anos atrás, qual a sua opinião sobre esse caso? Um
adolescente mostrando todo o amor e afeto pode estar escondendo um SER PSICOPATA
e isso tem como ser tratado?
Quando recebemos a
notícia de casos como esse, de um crime bárbaro, o que sempre nos acomete é um
sentimento de assombro e impotência. Assombro por perceber que o ser humano
pode ser capaz de atos tão terríveis e inomináveis, seja ele jovem ou mais
velho, e impotência por percebermos que não podemos controlar tudo e nem saber
de tudo.
Quanto ao caso em si
não há como eu falar, pois me faltam informações para tal. Agora, o que podemos
pensar é sobre o que notícias assim nos causam. Quando algo bárbaro ocorre
tendemos a culpar alguém ou alguma coisa. É a televisão, a internet, o descaso
dos pais e da sociedade. Só que culpabilizar de nada adianta, pois esta atitude
é de fuga e não de realmente pensar sobre o que se está passando.
Malícia não é algo que
foi inventado agora, sempre existiu. Psicopatas também. Vivemos uma época em
que não se dá mais para adiar pensar sobre a maneira que vivemos, sobre como
nos relacionamos conosco e com nossos vizinhos. A psicanalista Melanie Klein
estudou os impulsos destrutivos nos relacionamentos e considerou que a
agressividade é inata ao homem. Em alguns mais e em outros menos. A questão que
se faz importante é como vivemos essa agressividade, que educação sentimental
recebemos dos pais, da família, da escola, da sociedade, da política? Enquanto
não mudarmos o que de fato valorizamos no seio de cada área da sociedade cenas tristes e crimes assustadores continuarão nos acompanhando.
Se queremos não ter
mais tais notícias é porque precisamos passar por uma revolução, mas não de
armas e nem de violência, que é a mesma coisa que trocar seis por meia dúzia,
mas pela revolução da maneira que vivemos, a revolução da mente. Só que essa
revolução leva tempo, muito tempo e muitos que começarem a plantar agora não
estarão vivos para poder vê-la. Entretanto, o plantar precisa começar e já
estamos atrasados. Nos angustiarmos com o que acontece é saudável, mostra que
há vida dentro de nós, mas é preciso dar um passo além e esse é um trabalho de
todos e não só de um. Não é a polícia, nem a política, nem a economia, nem a
escola que farão essas mudanças sozinhas, mas são as pessoas que puderem se
voltar mais para si mesmas e começar a aprender a valorizar o que de fato
importa.
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