Vivemos cada vez mais num mundo onde as crianças deixam
seu estado infantil precocemente para adquirir uma sexualidade mais própria da vida adulta. Sexualidade é algo natural e deve ser sempre encarada dessa
forma, inclusive pelas crianças. Porém há uma diferença entre a sexualidade
infantil e a sexualidade do adulto que se dá de outra maneira e não é
assimilada pelas crianças.
Há, de forma geral, um estímulo para que as crianças
deixem de ser crianças logo. Isso pode ser bastante problemático para o desenvolvimento
psico-afetivo. A infância é um período de preparação para a vida adulta. Nem
sempre o conceito de infância existiu na História. Na Idade Média, por exemplo,
a infância como período de preparação não tinha lugar e desses jovens era
exigido atitudes de adultos antes de o serem. Me pergunto se isso também não
influenciou ter feito da Idade Média um período tão conturbado. Possivelmente
sim. Sem a infância não podemos nos tornar verdadeiramente adultos.
A sexualidade que se impõe hoje em dia aos jovens é intensa
fazendo com que eles tenham que lidar imediatamente com assuntos que exigem
tempo para assimilação. Sem esse tempo o corpo se torna erotizado ao extremo,
mas a mente fica indefesa e assustada com tudo o que lhe é despertado.
Resultado: adultos que não conseguem viver bem a própria sexualidade e
transforma o sexo em algo ruim e sem sentido, é pura descarga física.
Brincadeiras infantis, que também contém elementos de
sexualidade de passível assimilação pelas crianças estão hoje, cada vez mais, fora de moda e
em seu lugar fica as brincadeiras onde as crianças já não são mais crianças. O
acesso fácil ao sexo através da TV, da internet e até das famílias torna o
desenvolvimento sexual artificial e forçado e não mais algo de grande
importância para o desenvolvimento da vida de alguém. O sexo transformado em
banalidade forçada é algo prejudicial à vida. Rouba-se da criança criar uma
sexualidade sadia e compreensível e põe-se em seu lugar uma sexualidade confusa
e assustadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário